Quinta, 22 Setembro 2022 17:24

Campanha dos financiários: má vontade, desrespeito e proposta rebaixada da Fenacrefi

Negociação virtual dos financiários Negociação virtual dos financiários

Olyntho Contente*

Foto e arte: Contraf-CUT

Imprensa SeebRio

Parece não haver limites para o desrespeito com que a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi) trata os financiários nas negociações da Campanha Nacional deste ano. E, é sempre bom que se diga, os lucros altíssimos das financeiras se devem ao profissionalismo e à competência dos funcionários que deveriam ser valorizados, mas é o contrário o que fazem estas empresas.

Na rodada de negociação desta quinta-feira (22/9), por exemplo, a Fenacrefi insistiu numa proposta muito abaixo das aspirações da categoria. Vale a pena lembrar que a reunião só aconteceu após a cobrança, feita na segunda-feira (19) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) de continuidade das negociações.

Descaso

Mais grave ainda é que a pauta de reivindicações da categoria, com data-base em 1º de junho, foi entregue no dia 15 de junho. Mas, de lá para cá, apenas uma reunião foi realizada, em 31 de agosto, na qual os financiários receberam uma proposta de 8% de reajuste nos itens econômicos, para o próximo período de um ano. A categoria exige um índice maior, próximo do INPC do período, que é de 11,9%, bem como um acordo que englobe um período de mais 12 meses.

A Fenacrefi ofereceu uma proposta de reajuste de 8,5% para salários e outros itens econômicos da Convenção; 9% para os vales alimentação e refeição e reajuste linear pelo INPC em 2023.

A categoria quer a manutenção de todos os direitos previstos na atual Convenção Coletiva de Trabalho, avançar com a regulamentação do teletrabalho e melhorias nas questões de saúde, como aumento do prazo de extensão do plano aos demitidos e cláusulas específicas sobre tratamento da covid e suas sequelas. Os representantes dos financiários também pedem transparência nos dados das empresas, quantas são e qual o número de funcionários, para que as negociações possam ser mais representativas, para atender de fato às necessidades da categoria.

“Nós queremos encerrar a campanha em breve, mas precisamos que os anseios dos trabalhadores sejam atendidos. Não temos como aceitar uma proposta tão baixa como esta, por isso já negamos em mesa”, explicou o dirigente sindical e coordenador do Coletivo dos Financiários da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jair Alves. “Esperamos que as negociações sejam retomadas de vez, com intervalos menores entre as reuniões, para que possamos chegar a um resultado melhor para a categoria”, completou.

*Com informações da Assessoria de Comunicação da Contraf-CUT.

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