Quinta, 15 Setembro 2022 16:11

Bolsonaro volta a usar expressões racistas contra negros

O diretor do Sindicato e da Contraf-CUT, Almir Aguiar, disse que novas medidas judiciais poderão ser tomadas contra Bolsonaro por crime de racismo O diretor do Sindicato e da Contraf-CUT, Almir Aguiar, disse que novas medidas judiciais poderão ser tomadas contra Bolsonaro por crime de racismo Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Não é de hoje que o presidente Jair Bolsonaro (PL) comete crime de racismo em suas falas e discursos, bem como expressões preconceituosas contra mulheres e LGBTQs. N a última segunda-feira (12), o candidato a reeleição voltar a cometer racismo ao se referir a um dos apresentadores, que é negro, durante participação do pool dos podcasts Dunamis, Hub, Felipe Vilela, Positivamente, Luma Elpidio e Luciano Subirá.

"Você é afrodescendente?", questionou o presidente. "Eu sou", respondeu o apresentador Felipe Vilela.

"Tu é meio escurinho. Ah, isso é crime", retrucou Bolsonaro, em tom de ironia. "Não ouviu falar que eu era racista, não?", completou.

Bolsonaro ainda fez piada de mal gosto com o apresentador Teófilo Hayashi, chamando-o de "japa".

“Está muito claro o posicionamento do atual presidente. Enquanto discutimos diversidades e ampliamos a luta contra o racismo, Bolsonaro insiste em estimular o preconceito racial no país, afinal, é um chefe de estado desqualificado e não merece o menor respeito da sociedade e nem o cargo que ocupa”, disse o Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.

O Sindicalista lembrou que as frases racistas não são uma falha para que ele venha a se desculpar depois, como fez recentemente em respeito aos mortos pela covid-19, mas uma prática contínua.

“Ele sempre repete frases de cunho racista e isto é crime. Vamos avaliar medidas jurídicas para processar, mais uma vez, o presidente”, acrescentou Almir.

Crime prevê cadeia

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro utiliza expressões de cunho racista.

Em maio de 2021, na saída do Palácio do Alvorada, em Brasília, o presidente disse ter visto uma barata no cabelo crespo de um rapaz que tentava tirar uma foto siua. Em julho do ano passado, o mandatário chegou a comparar o cabelo crespo de um apoiador que o acompanhava, também no Alvorada, a "um criador de baratas" e perguntou quantas vezes o rapaz o lavava. O apoiador, por sua vez, demonstrou não se importar com as falas do presidente. Em maio deste ano, Bolsonaro perguntou se um apoiador negro "pesava mais de sete arrobas", medida utilizada para pesar bovinos. 

O artigo 20 da Lei 7.716, de 1989, diz que é crime praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". A pena é de reclusão de um a três anos e multa, que aumenta para dois a cinco anos, quando praticado por intermédio de meios de comunicação ou publicações.

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