Segunda, 12 Setembro 2022 19:35

Todos podem ajudar na campanha pela valorização da vida

Secretaria de Saúde do Sindicato pede que toda a categoria participe da campanha do “Setembro Amarelo”, de prevenção ao suicídio

Após um longo período de Pandemia, isolamento social, perda de entes queridos, instabilidade e crise econômica que geram medo e incertezas, cresce o número de pessoas com depressão, ansiedade e fobia. Ainda que não haja dados recentes, não é difícil imaginar que os gráficos sobre suicídio não tenham permanecido estáveis e, muito provavelmente, até cresceram.
“O tema do suicídio não pode ser um tabu e a maioria dos casos são resultados de doenças psíquicas não tratadas. Nós sabemos que muitas vezes estas doenças surgem no local de trabalho com aumento da pressão e do assédio moral, como é o caso de nossa categoria que sofre muito em função das metas cada vez mais desumanas. Falar disso é uma contribuição para a luta pela vida. Para garantir uma prevenção efetiva, é preciso que a sociedade fale abertamente sobre o assunto”, disse o diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato, Edelson Figueiredo.

Números assustam

Cerca de 17% dos brasileiros já pensaram em se matar alguma vez na vida. Os números são de uma pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) que revela que são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo e já é segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no planeta.
Estudos mostram que cerca de 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso no uso de substâncias químicas e drogas.

Atenção ao tratamento

A maioria dos casos está relacionada às doenças psíquicas não tratadas. Entre os fatores que merecem atenção, estão: os transtornos mentais, pois quase todas as pessoas que cometeram suicídio tinham pelo menos um tipo de transtorno psiquiátrico. Há ainda o fato “histórico”, ou seja, de pessoas que já tentaram dar cabo de sua própria vida em outras ocasiões, o que pode levar o indivíduo a ter seis vezes mais chance de uma nova tentativa e as chamadas “ideias suicidas”, isto é, comentários e expressões que indiquem desespero e despedidas merecem alerta, como: "prefiro morrer a viver assim", "caso algo aconteça comigo, quero dizer que..."
Estresses crônicos e recentes não tratados devidamente em função de separação conjugal, perda de entes queridos, perdas econômicas, de emprego, podem também aumentar a possibilidade de uma pessoa tentar tirar a sua vida.
Ter acesso à meios como armas de fogo, medicação em grande quantidade ou exposição a situações de risco sem os devidos equipamentos de segurança e precauções, também elevam a possibilidade de suicídio.

Como posso ajudar?

Todos podem ajudar na prevenção. Pesquisadores alertaram que, muitas vezes, é melhor ouvir a pessoa com depressão crônica do que dar conselhos errados. No entanto, palavras de fé e esperança e apoio na religião podem ajudar.
Não adianta dizer “me ligue quando precisar”. A pessoa com depressão não vai ligar, pois não consegue pedir ajuda. Então, ligue você. Mande uma mensagem para ela. E se você é a pessoa que está com estes sintomas, não hesite em pedir ajuda. Caso não tenha acesso a um psicólogo ou psiquiatra, converse com uma pessoa querida, próxima a você. Pode ligar também para o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo 188 (ligação gratuita) ou pelo site www.cvv.org.br
“Todos nós podemos ajudar nesta campanha de valorização da vida, ajudando quem precisa. E como as doenças psíquicas são as que mais crescem em nossa categoria, este é um tema que precisamos debater, lutando por condições de trabalho mais humanas, sem assédio moral e pressão psicológica para que o trabalhador tenha em sua atividade profissional bem-estar e prazer”, explica Edelson, que pede a todos os bancários e bancárias que participem da campanha do “Setembro Amarelo” em defesa da vida e na prevenção ao suicídio.

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