EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Mais informações divulgadas pela imprensa confirmam o uso ilegal da máquina pública pelo presidente candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Os sites Metrópoles, IG e Uol noticiaram o envio em massa de mensagens, no dia 2 de setembro, convocando os empregados da Caixa Econômica Federal a participar do comício em que o governo transformou as comemorações do Dia da Independência, em 7 de setembro, cometendo, assim, crime eleitoral.
As matérias reforçam as suspeitas de que empregados da Caixa, entre outros do setor público, tenham sido forçados a comparecer às atividades para dar volume e aparência de apoio ao governo. Segundo o site Metrópoles as mensagens internas foram enviadas pela diretoria do banco sob a forma de convites para o desfile em Brasília.
Prática se repete
Em nota o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da CEF (Fenae), Sergio Takemoto, condenou a pressão ilegal. "A direção da Caixa pode dizer que é convite; mas, na prática, é muito diferente", afirmou. "O empregado se sente constrangido, com medo de não comparecer e sofrer retaliações. Sabemos que isso acontece. Infelizmente, a cultura do assédio e a gestão pelo medo ainda continuam ocorrendo no banco público", ressalta.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, José Ferreira classificou como lamentável a pressão de Bolsonaro. “Merece nosso maior repúdio o uso político eleitoral da Caixa. Nossa luta pelo fortalecimento da empresa e da defesa dos empregados não dará trégua a esse tipo de gestão”, afirmou.
Rogério Campanate, diretor da Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato e membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), frisou que “essa denúncia confirma o que movimento sindical vem denunciando: a troca do presidente da Caixa não resolveu nem o problema do assédio, muito menos o do uso político do banco”.
Para a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil, o “convite” feito a empregados e empregadas da Caixa tinha o objetivo de aumentar o número de pessoas nos atos e transparecer apoio político a Bolsonaro. “Sabemos que onde há fumaça há fogo”, disse Eliana ao afirmar que somente havia público nas atividades devido ao uso da máquina.
Irregularidades
“Bolsonaro captura 7/9 com ameaças, machismo e comícios”, estampou o jornal Folha de S. Paulo em sua manchete de capa. O jornal afirma que “Jair Bolsonaro (PL) fez do 7 de setembro um palanque eleitoral”, o que é crime passível de impugnação da candidatura. Para O Estadão de S. Paulo “ao mesclar as celebrações oficiais do bicentenário da Independência à campanha para promover sua candidatura à reeleição”, Bolsonaro “pode ter cometido infração eleitoral”, “supostamente infringindo a Lei da Ficha Limpa e a Lei Eleitoral”.
Impugnação
O Partido Democrático Trabalhista (PDT) apresentou ação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com pedidos para investigar e tornar inelegíveis o presidente Jair Bolsonaro e seu candidato a vice, Braga Netto (PL), por abusos de poder político e econômico nos atos de 7 de Setembro.