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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da CUT
De um lado eventos bancados com dinheiro público e financiamento de empresários e do agronegócio atacando a democracia, o STF (Supremo Tribunal Federal) e ofendendo o ex-presidente Lula e sua atual esposa, a socióloga Rosângela Silva, a Janja, realizados pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PL), em Brasília e em Copacabana, no Rio, usando a tradicional comemoração pelos 200 anos da Independência do Brasil como um palanque eleitoral. Contrapando às manifestações políticas do atual governo, lamentavelmente com a participação das Forças Armadas, os brasileiros foram às ruas na quinta-feira, 7 de setembro, no tradicional e espontâneo “Grito dos Excluídos, em sua 28ª edição. Os participantes do protesto organizado pelos movimentos sociais denunciaram a fome no Brasil e culparam o governo Bolsonaro por lançar mais de 15 milhões de pessoas no Mapa da Fome em três anos de péssima gestão, somando cerca de 33 milhões de brasileiras e brasileiros que não têm comida diariamente.
Independência para quem?
Para marcar o bicentenário da Independência do Brasil, o tema escolhido pelos organizadores neste ano foi: "200 anos de (in)dependência para quem?”..
“Um país não pode ser considerado independente se como o segundo maior produtor e exportador de alimentos do mundo ainda tem milhões de compatriotas sem ter o que comer. A política neoliberal do atual governo só beneficia os bancos, o agronegócio que estão apodrecendo de ganhar dinheiro enquanto o trabalhador passa dificuldade com o alto custo de vida, o desemprego e o aumento da miséria e da desigualdade social. Além disso, Bolsonaro se tornou um pária no mundo, deteriorando uma tradição do Brasil de uma política internacional que era respeitada no mundo inteiro”, avaliou o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.
Atos foram realizados em São Paulo, Recife, Campo Grande, Porto Alegre, Natal, Belém, Curitiba, Belo Horizonte, Alagoas, Mossoró (RN), Santo André (SP), Aparecida de Goiânia (GO) e Rio de Janeiro. Confira alguns dos protestos nos estados brasileiros.
Rio de Janeiro
No Rio mais de cinco toneladas de alimentos foram distribuídos para moradores de rua e pessoas em situação vulnerável, em ação organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). O protesto percorreu ruas da região central estampando cartazes questionando o agravamento da fome e da miséria no país. Os manifestantes levaram faixas protestando também contra a política de segurança do governador Claudio Castro (PL), que promove matança nas favelas e bairros pobres, eliminando especialmente jovens negros e pedindo a punição dos mandantes do crime que matou a vereadora do PSOL, Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, brutalmente assassinados no dia 14 de março de 2018. Suspeitas recaem sobre as milícias do Rio e o envolvimento de políticos conhecidos em nível estadual e federal e até hoje as pessoas que ordenaram o crime não foram identificados pela polícia, tendo ocorrido seguidas vezes, mudanças no delegado responsável pelas investigações pelo governo estadual.
São Paulo
O Grito dos Excluídos na capital paulista começou nas primeiras horas da manhã na Praça da Sé. O mote foi "Por terra, teto, pão e democracia - pão e viver bem". A atividade também integrou as ações da Mobilização Nacional Contra a Fome e a Sede, que conta com alimentos produzidos pelas cooperativas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e doações das Cozinhas Solidárias que participam de organizações da Campanha "Gente é para Brilhar e não para morrer de fome". Centenas de pessoas receberam alimentos, muitos produzidos pelo MST.
Porto Alegre
Na capital gaúcha, mais de três mil pessoas foram ás ruas para celebrar a vida e a democracia, protestar contra as ameaças de golpe e reivindicar comida, terra, teto e trabalho para o povo brasileiro.
Nordeste
No Ceará, os manifestantes se reuniram em Fortaleza e nas cidades de Crato, Morada Nova, Juazeiro do Norte e Tianguá para denunciar "injustiças na construção da soberania nacional e negligências do governo Bolsonaro.
Em Aracaju, manifestantes cobraram a punição do assassinato do trabalhador Genivaldo de Jesus Santos, que morreu asfixiado por policiais em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, no dia 25 de maio deste ano. A sede da PRF foi o local escolhido para a saída da manifestação.
Em Recife, os manifestanrtes levaram bandeiras e faixas em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, da educação pública e dos direitos dos povos indígenas e de terras indígenas. Mais de três mil pessoas caminharam pelas ruas do centro da capital pernambucana.
Em Maceió, a marcha aconteceu na orla da capital alagoana e reuniu representantes das pastorais sociais e dos movimentos sociais e sindicais do campo e da cidade.
Em Salvador, o Grito dos Excluídos reuniu diversos manifestantes e uma pauta que ia de críticas ao governo de Bolsonaro à privatização dos Correios, além de luta por moradia e defesa dos povos indígenas.
Belo Horizonte
Na capital mineira, o povo saiu em passeata pelas ruas do Centro questionando o propósito do feriado com o tema “(In)dependencia para quem?” e cobraram moradia para pessoas em situações precárias e mais apoio do governo estadual e prefeitura.