Segunda, 05 Setembro 2022 20:13
ACORDOS ASSINADOS

Bancários do BB e da Caixa garantem direitos em acordos coletivos

Após ameaças do governo Bolsonaro de retirar direitos e privatizar bancos públicos, categoria consegue, na unidade, preservar conquistas

Logo após a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho foi a vez dos acordos específicos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, também em São Paulo, firmados na última sexta-feira (2).

Revisão da tabela PIP

Além de manter direitos, o novo ACT do BB obteve avanços importantes, sendo o principal deles a revisão da tabela PIP (Pontuação Individual do Participante), da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), que impactará em mais recursos à aposentadoria dos trabalhadores do BB, reivindicação que era cobrada desde 1998 pelo funcionalismo.
A primeira parcela da PLR já foi paga na segunda-feira (5) pelo BB, após solicitação do movimento sindical e a Caixa também confirmou o pagamento, que será nesta sexta-feira (9).
Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), avaliou que a assinatura do acordo consolida a manutenção dos direitos conquistados ao longo de muitos anos.
“Numa conjuntura completamente adversa, tanto do ponto de vista político, quanto dos bancos, que jogaram muito duro, conseguimos uma importante vitória que foi manter os direitos”, avaliou.
O banco chegou a ameaçar com a retirada de direitos e o mais impactante seria a redução dos ciclos avaliatórios da GDP (Gestão de Desempenho Profissional) de três para apenas um, uma ameaça de descomissionamento, mas os funcionários e os sindicatos conseguiram preservar o atual modelo de avaliação. Outra conquista foi garantir o debate de temas importantes nas mesas permanentes como teletrabalho, a própria GDP, questões relativas ao PSO (Plataforma de Suporte Operacional), CRBBs (Centrais de Relacionamento), temas que não puderam constar em cláusulas neste momento.

Teletrabalho na Caixa

O Acordo Coletivo dos empregados da Caixa também prevê a manutenção de todos os direitos. Traz ainda avanços importantes, como o acordo de teletrabalho e a criação do grupo para discutir as condições de trabalho. Rogério Campanate, diretor do Sindicato e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), considerou a estratégia da mesa única mais uma vez acertada.
“Ainda que não tenhamos conseguido aumento real todos os anos, nós impedimos a retirada de direitos e uma proposta muito inferior à que foi aprovada e enfrentamos ataques aos direitos dos trabalhadores, como na era Fernando Henrique Cardoso e mais recentemente nos governos Temer e Bolsonaro, mantendo as conquistas históricas dos nossos acordos coletivos”, observou. Campanate acrescentou dizendo ter sido fundamental ainda a garantia do registro de ponto aos empregados em teletrabalho. “A categoria bancária é uma referência na luta dos trabalhadores brasileiros”, ressaltou.

Negociação no BNDES

Mais uma vez, a direção do BNDES mantém o impasse nas negociações com os funcionários do banco. A representação dos trabalhadores volta à mesa de negociação nesta terça-feira (6) para tentar uma solução negociada e a assinatura de um novo acordo coletivo, preservando os direitos dos trabalhadores.

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