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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Em cerimônia nesta sexta-feira (2/9), em São Paulo, os integrantes do Comando Nacional dos Bancários e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e os acordos específicos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Foram mais de dois meses de Campanha Nacional Unificada, com negociações na mesa única composta por bancos públicos e privados até chegar a uma CCT que preservou direitos, e que estará em vigor até 31 de agosto de 2024. Também terão duração de dois anos, os acordos específicos do BB e da Caixa.
Em 2022, o reajuste negociado foi de 8% nos salários, aumento de 10% nos vales alimentação (VA) e refeição (VR), além de um adicional de R$ 1.000 em vale alimentação, creditado até outubro. A CCT prevê, ainda, reajuste de 13% para o teto da parcela adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) neste ano e, para 2023, aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) para salários, PLR, VA/VR e demais cláusulas econômicas.
Antecipação da PLR
A nova CCT foi aprovada na noite de quinta-feira (1º/9) em assembleias realizadas por sindicatos da categoria de todo o país. O mesmo aconteceu com os novos acordos coletivos de trabalho dos funcionários do BB, Banco do Nordeste do Brasil e dos empregados da Caixa.
“Poucas mesas têm uma representação e unidade tão grande quanto essa, que nos permite debater e avançar em reivindicações que atendem os anseios da categoria”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Juvândia solicitou aos bancos a antecipação do pagamento da primeira parcela da PLR, embora tenham um prazo até dia 30 de setembro. O BB anunciou que a verba será creditada na segunda-feira; e a Caixa, no dia 9. Os demais bancos ainda vão se posicionar sobre o pedido.
Avaliação
A presidenta da Contraf-CUT considerou importante avançar nos reajustes dos vales alimentação e refeição e da PLR. “Certamente o reajuste dos salários também poderia ser melhor, já que os lucros e a rentabilidade dos bancos crescem muito acima da inflação, mas precisamos analisar o resultado da campanha levando em conta a conjuntura de ataques aos direitos dos trabalhadores, com os bancos irredutíveis. Os privados apoiados por um governo que beneficia apenas a classe empresarial e os públicos seguindo as orientações deste mesmo governo, que quer tirar nossos direitos a qualquer custo”, disse.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, José Ferreira, a Campanha Nacional Unificada teve um resultado muito positivo, com avanço também na regulação do teletrabalho, na questão do controle da jornada e ajuda de custos. “Outra ponto importante é o combate ao assédio sexual e o programa de atendimento à mulher vítima de violência doméstica duas questões que vão continuar a ser negociadas na mesa com os bancos, para constar em cláusulas de proteção às mulheres”, disse.
Assédio sexual e defesa da vida
Para Adriana Nalesso, presidenta da Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ), a campanha chega ao seu final com novas conquistas e direitos garantidos e com um reajuste, ainda que insuficiente no salário, maior na PLR e nos tíquetes alimentação e refeição. “Conseguimos superar todas as dificuldades na mesa de negociação: um índice maior no aditivo da PLR, um reajuste maior no tíquete-alimentação e refeição, além da instituição de uma cláusula do teletrabalho com garantias acima do que é previsto em lei. Também conquistamos uma cláusula prevendo o combate ao assédio sexual, uma nova cláusula muito importante”, afirmou.
Ferreira lembrou que na mesa de negociação o Comando Nacional dos Bancários salvou muitas vidas na pandemia, ao garantir o home office, mantendo os bancários em casa, em particular aqueles que tinham comorbidades. Acrescentou que depois de longas lutas os bancos aceitaram criar um grupo de trabalho sobre assédio moral que a partir do início de 2023 vai debater esta questão da regulação das metas e sua ligação com o assédio.
“Nossa luta vai continuar, não só na mesa de negociação, como, agora, já no início do ano queremos discutir o reajuste da tabela do imposto de renda que significará reduzir a tributação paga à receita federal pelos bancários e demais trabalhadores”, adiantou.