Sexta, 02 Setembro 2022 10:26

Tribunal dos Povos condena Bolsonaro por crimes contra a humanidade

 

Segundo o TPP uma política diferente teria salvado pelo menos 100 mil vidas. A conduta do presidente foi qualificada como crime contra a humanidade

 Publicado: 01 Setembro, 2022 - 15h13 | Última modificação: 01 Setembro, 2022 - 15h29

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

 DIVULGAÇÃO/RIO DA PAZ
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O Tribunal Permanente dos Povos (TPP) condenou nesta quinta-feira (1º) o presidente Jair Bolsonaro (PL) por crimes contra a humanidade cometidos durante a pandemia de Covid-19. Segundo o TPP uma política diferente teria salvado pelo menos 100 mil vidas.

A condenação é simbólica e moral, não tem consequencias práticas contra Bolsonaro, mas poderá ampliar a pressão internacional contra o presidente brasileiro, diz o colunista Jamil Chade, do UOL.

"O órgão internacional, criado nos anos 70, não tem o peso do Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, nem a capacidade de tomar ações contra um estado ou chefe de governo. Mas a condenação é considerada por grupos da sociedade civil, ex-ministros e juristas como uma chancela importante para colocar pressão sobre o Palácio do Planalto e expor Bolsonaro no mundo", explica o jornalista.

A sentença do TPP afirma que Bolsonaro foi diretamente responsável por graves violações de direitos humanos e crimes contra a humanidade. Bolsonaro, segundo o tribunal, cometeu "atos dolosos" e "intencionais" contra sua população.

"O crime pelo qual o presidente Bolsonaro foi responsável consiste em uma violação sistemática dos direitos humanos, por ter provocado a morte de dezenas de milhares de brasileiros devido à política insensata que promoveu em relação à pandemia de covid-19", diz trecho da sentença. 

"Contrariando a posição unânime de cientistas de todo o mundo e as recomendações da Organização Mundial da Saúde, Bolsonaro não só fez com que a população brasileira não adotasse as medidas de distanciamento, isolamento, proteção e vacinação destinadas a limitar a infecção, como várias vezes criou vários obstáculos a elas, frustrando as tentativas de seu próprio governo de estabelecer políticas de alguma forma destinadas a proteger a população do vírus", destacou a sentença.

"Como resultado dessa conduta, calcula-se - com base na comparação entre o número de óbitos no Brasil e o número de óbitos em outros países que adotaram as políticas anti-covid-19 recomendadas por todos os cientistas - que morreram no Brasil cerca de 100 mil pessoas a mais do que teriam falecido em decorrência de uma política mais responsável", alerta.

"É claro que esse número é bastante aproximado: pode ser um número menor, mas também um número maior. O certo é que a absurda política de saúde do presidente Bolsonaro causou dezenas de milhares de mortes", destaca.

"Pois bem, tal conduta foi qualificada, pela sentença, como crime contra a humanidade", afirmou.

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