Terça, 30 Agosto 2022 23:41

Bancos públicos também não avançam na mesa de negociação

Tanto na mesa de negociação específica do Banco do Brasil como da Caixa Econômica Federal, a direção das instituições públicas não têm avançado nada e há até retrocessos para tirar direitos, seguindo a risca a linha política do governo Bolsonaro e a política econômica do ministro da economia, Paulo Guedes.

Banco do Brasil

Na rodada da terça-feira passada (23), a direção do BB voltou a bater na mesma tecla de negar a ampliação do teletrabalho e anistiar as horas negativas, insistindo ainda, para efeito de perda de comissão, na redução do ciclo de avaliação de três para apenas um. O banco já distribuiu equipamentos móveis para funcionários de diversas áreas e criou um plano de contingência home-office em casos de greve da categoria, mas se nega a ampliar o teletrabalho.
GDP - O banco voltou a insistir em alterar os critérios de avaliação da Gestão de Desenvolvimento por Competências (GDP) para apenas um ciclo de avaliação, o que foi rejeitado pela Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB). Hoje o funcionário poderá ser dispensado da função ou descomissionado com três ciclos de avaliação “consecutivos de desempenho insatisfatório”.
Horas negativas - Rita Mota, da CEBB e diretora do Sindicato, observou que os funcionários com horas extras negativas não ficaram em home office por opção própria, mas por conta da natureza da sua atividade, ou no caso das que já estavam em home office e foram mantidos por decisão de seus gestores, e em consequência da pandemia. A proposta da direção do BB é que o acordo para pagar o banco seja prorrogado por mais 18 meses e cumprido em até duas horas acima da carga horária diária de trabalho.
“Isso que o banco nos trouxe não é uma proposta. Resolve o problema do banco, mas não dos funcionários. Nós defendemos a anistia de horas para quem não pode compensar e isso inclui os mais velhos que seriam muito sobrecarregados com mais duas horas de trabalho todos os dias”, destacou o representante da Fetrafi/MG na CEBB, Rogério Tavares.

Caixa

Como no BB, na Caixa será preciso aumentar a pressão dos bancários para forçar a empresa a apresentar propostas concretas na mesa de negociação do acordo coletivo específico. A avaliação é da Comissão Executiva dos Empregados (CEE). "Apesar dos longos debates em todas as rodadas de negociação não tivemos resposta às nossas reivindicações, que o banco afirma sempre estar analisando, e recebemos propostas de retiradas de direitos. Agora é lotar as assembleias para demonstrar a nossa força e obter um bom acordo", argumentou Rogério Campanate, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e integrante da CEE.
O comportamento do banco se repetiu na rodada da sexta-feira passada (26). A Caixa havia se comprometido a apresentar uma proposta global à minuta de acordo, inclusive sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) Social, na última segunda-feira (29), cobrança feita pela CEE, foi suspensa, em função do avançar da hora da negociação com a Fenaban. Até o fechamento desta edição, o banco não havia confirmado a nova data da reunião.
Transparência - A Comissão também cobrou transparência e acompanhamento dos indicadores definidos pelo banco e pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) com relação aos valores a serem pagos. “No ano passado tivemos problemas, pois a Caixa pagou menos do que os 4% do lucro líquido e ocorreram diversas ações. O que dá insegurança são os indicadores, que causam desconfortos. Não existe acompanhamento. É preciso ter transparência para conseguirmos analisar os cálculos”, disse o coordenador da CEE, Clotário Cardoso.
Assédio moral - Os trabalhadores entregaram aos representantes da Caixa a minuta de um novo capítulo do ACT sobre prevenção e combate ao assédio sexual e moral (Veja a íntegra no site do Sindicato). O banco analisará a proposta.

Mídia