EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Imprensa SeebRio
Os representantes da Federação Nacional dos Bancos, ao retornarem à mesa de negociação nesta quarta-feira (24/8) disseram que somente voltariam a discutir PLR (participação nos lucros e resultados) nesta quinta-feira à tarde, após consulta aos bancos. A negociação havia sido interrompida mais cedo, quando o Comando Nacional dos Bancários rechaçou uma proposta rebaixada de pagamento da verba, com os representantes da Fenaban pedindo um tempo para a resposta.
Pela proposta a PLR seria mais baixa que a do ano passado, sendo dela compensados os programas próprios na parcela adicional e reduzido o percentual distribuído. “Reafirmamos nossa proposta contida na pauta de reivindicações. E esperamos que na quinta-feira os bancos apresentem uma proposição que valorize os bancários, responsáveis pelo lucro recorde que o sistema financeiro vem tendo ano a ano”, afirmou José Ferreira, presidente do Sindicato e membro do Comando Nacional.
Ferreira explicou que a Fenaban chegou a apresentar uma proposta de aumentar o teto da PLR em 6,73%, mas com um raciocínio sem qualquer embasamento técnico: teria chegado a este percentual retirando a inflação dos alimentos do cálculo do índice geral da inflação. A primeira proposta era de correção do teto em 6,22%.
Entenda melhor
Os bancos começaram a reunião propondo manter o texto da clausula sobre PLR da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) atual, com correção de apenas 6,22% sobre o valor do teto. Com a proposta apresentada pelos bancos, nos três maiores bancos privados do país (Bradesco, Itaú e Santander) o percentual de distribuição na regra básica cairia de 4,97% do lucro distribuído em 2021 para 4,89% neste ano. Na parcela adicional a redução seria de 1,69% para 1,63%.
Após recusa do Comando e pausa na reunião, os bancos voltaram e apresentaram uma correção no teto de 6,73%. Com a nova proposta apresentada pelos bancos, o percentual distribuído nos três maiores bancos privados do país cairia de 4,97% do lucro distribuído em 2021 para 4,85% neste ano na regra básica. Na parcela adicional a redução seria de 1,69% para 1,64%.
“Em 1995, os bancos já chegaram a distribuir, em média, 14% dos lucros a título de PLR. No ano passado caiu para 6,6% e agora querem reduzir ainda mais! É um absurdo!”, criticou a presidenta da Federação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, ao observar que, no ano passado, foram distribuídos, em média, 45% dos lucros em dividendos aos acionistas.
Assembleias em todos os estados
Sindicatos da categoria de todo o país vão realizar assembleias na sexta-feira (26) para que os bancários analisem a proposta da Fenaban e autorize o estado de assembleia permanente. “Com uma proposta de reajuste sem aumento real, com reajuste do vale alimentação apenas pela inflação geral, sem considerar a inflação dos alimentos, e uma PLR rebaixada, os bancos jogam a categoria para a greve”, concluiu Juvandia.