EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realizou nesta terça-feira (23), no Méier, região norte da cidade, um ato em protesto contra o desrespeito e as propostas ridículas da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) feitas à categoria na mesa de negociação com o Comando Nacional dos Bancários. Foram retardadas a abertura das agências do Santander, Banco do Brasil Caixa Econômica Federal, Itaú e Bradesco no bairro. Em algumas unidades, como da Caixa, chamou a atenção à enorme fila para o pagamento do Bolsa Família (que Bolsonaro, sem projeto, rebatizou de Auxílio Brasil) e programas sociais.
Apoio popular
A atividade, que fez parte do Dia Nacional de Luta convocado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e pelo Comando da categoria, contou com apoio da população, que reclamou do fechamento de agências e da falta de funcionários para o atendimento presencial. Os sindicalistas explicaram que os bancos são responsáveis pela piora no atendimento aos clientes, por causa da extinção de agências e demissões em massa nas instituições privadas e falta de contratação de bancários concursados no BB e na Caixa para atender a demanda.
“Hoje demos uma demonstração, em todo o país, da unidade e da capacidade de organização de luta da categoria. Os bancos precisam respeitar esta categoria e apresentar propostas dignas e condizentes com os lucros do setor mais lucrativo do país”, disse o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira.
Geraldo Ferraz, diretor da Secretaria de Bancos Privados do Sindicato, disse que a mobilização vai continuar crescendo, caso a Fenaban não apresente propostas decentes.
“Percebemos a indignação dos bancários e bancárias com o descaso da Fenaban na mesa de negociação e a disposição da categoria de denunciar à opinião pública o que os bancos estão fazendo conosco e com a população que cada vez mais tem dificuldade de ser atendida nas agências. A nossa luta vai continuar”, avaliou o sindicalista.
A atividade foi um sucesso e contou com a tradicional bandinha, o anão representando os salários do bancário e o "gigante" da perna de pau em crítica bem-humorada aos lucros dos bancos.
Pela manhã, o tuitaço da categoria chegou a ser o 8º tema mais compartilhado nas redes sociais.
Propostas indecorosas
A Fenaban manteve na negociação da última segunda-feira (22), em São Paulo, propostas vergonhosas para a categoria. Os bancos não apresentaram nada para os salários e a PLR e trouxeram à mesa um reajuste de 7,19% nos vales alimentação e refeição, bem abaixo da inflação, representando apenas 43% da alta dos alimentos – que foi de 16,73% no período - e 81% da inflação geral. Na negociação de sexta-feira (19), os bancos haviam proposto reajuste de apenas 65% da inflação acumulada entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022 para o salário e todos os direitos econômicos. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou de cara os índices vergonhosos apresentados pela Fenaban.
Os bancos têm em mãos, desde junho deste ano, a pauta de reivindicações da categoria, que prevê para as cláusulas econômicas, aumento real de salários (INPC + 5%), aumento maior para os vales refeição e alimentação e maior participação nos lucros e resultados dos bancos. Para os tíquetes alimentação e refeição, em função da alta dos alimentos, a categoria reivindica um salário mínimo para cada vale (R$1.212).