Quinta, 18 Agosto 2022 19:20

Nesta sexta, bancários farão um Dia Nacional de Luta para que a Fenaban responda à minuta da CCT

Fenaban não avançou em nada na negociação desta quinta-feira (18/8) Fenaban não avançou em nada na negociação desta quinta-feira (18/8)

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Esta sexta-feira (19/8) será uma Dia Nacional de Luta, com manifestações e protestos da categoria bancária em todo o país. Até aqui, dois meses após a entrega da minuta de reivindicações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não apresentou qualquer resposta ao Comando Nacional dos Bancários.

Na negociação desta quinta-feira (18/8) à tarde, os bancos novamente não apresentaram nenhuma proposição, apenas disseram que tratariam da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e tíquetes alimentação e refeição, em uma nova rodada nesta sexta, mas não se comprometeram a fazer uma proposta.

“O que a Fenaban está esperando? A minuta foi entregue em 15 de junho e até agora nada. Os bancários precisam de uma resposta. E os bancos estão tendo lucros exorbitantes, ao contrário de todo o restante da economia, tendo todas as condições de atender à categoria, não se justificando este silêncio de mais de dois meses”, criticou José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e membro do Comando Nacional.

“A situação econômica com a alta da inflação compromete seriamente a renda dos trabalhadores, em particular com a disparada dos preços dos alimentos e dos preços administrados (tarifas de energia, gasolina e gás). Então reivindicamos a reposição da inflação e o aumento real. Mas também em relação a este ponto não houve qualquer resposta”, acrescentou Ferreira.

O Comando insistiu que a Fenaban tem que apresentar proposta global pois essa é a cobrança da categoria e voltou a cobrar novamente resposta sobre a ajuda de custo para o teletrabalho.

Dia Nacional de Luta  

Os protestos têm como objetivo pressionar os bancos encaminhar uma proposta global a ser negociada.  As mobilizações vão ocorrer nas ruas mas também nas redes virtuais, com postagens das 9h às 10h. O Comando Nacional orienta o uso da hashtag #TáEsperandoOQuê? e a marcação da Febraban (@Febraban).

A categoria cobra uma atualização da CCT condizente com os esforços dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que contribuem, todos os anos, para que o sistema bancário mantenha seus altos lucros.

Entre as principais reivindicações estão aumento real de salários (reposição mais 5%) e para as demais verbas com base na inflação do período entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022 (INPC); aumento maior para o VR e VA; garantia dos empregos; maior participação de lucros e nos resultados; fim das metas abusivas; combate ao assédio moral; acompanhamento e tratamento de bancários com sequelas da covid-19 e jornada de quatro dias por semana.

Assédio

Na negociação desta quinta, tanto o Comando, quanto a Fenaban repudiaram os casos de assédio sexual. O Comando reivindicou a produção de comunicados internos quanto às condutas reprováveis. “Os bancos devem ter um canal de denúncia. Nesse ponto reivindicamos a participação na apuração pois entendemos que os bancos já têm os canais, mas que no episódio recente da Caixa se mostraram ineficazes por falta de fiscalização e autonomia nos encaminhamentos”, afirmou Ferreira.

Foi cobrado ainda que os bancos promovam cursos sobre o tema, além também de proteger as vítimas do assédio. O Comando registrou que faltou na proposta da Fenaban a garantia de punição, pois um dos fatores que inibem a denúncia é o temor de retaliação.

Mídia