Quinta, 11 Agosto 2022 20:27

Fenaban avança pouco nas negociações. Bancários farão protestos nacionais

Negociação virtual desta quinta, entre o Comando Nacional e a Fenaban Negociação virtual desta quinta, entre o Comando Nacional e a Fenaban

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

A categoria bancária aumentará a pressão para que seja apresentada de imediato pelos bancos uma proposta global à minuta de reivindicações da Campanha Nacional Unificada deste ano. Está previsto para o próximo dia 19, um Dia Nacional de Mobilizações, com atos e paralisações em todos os estados.

Antes, na próxima segunda-feira (15), às 19 horas, pelo Zoom, será feita uma transmissão on line sobre a campanha e seus possíveis desdobramentos. Para acessar basta clicar aqui. 

Da live participarão presidentes dos sindicatos filiados à Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ), entre eles a presidenta da própria federação, Adriana Nalesso, e o presidente do Sindicato, José Ferreira, ambos integrantes do Comando Nacional dos Bancários que negocia com a Federação Nacional dos Bancos.    

As negociações entre o Comando e a Fenaban tiveram poucos avanços até aqui. Os bancos teriam que apresentar, na rodada desta quinta-feira (11/8) sua resposta à proposta de aumento dos valores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o que não se confirmou.

Teletrabalho

Em vez disto, passaram toda a rodada discutindo questões relativas a um ponto que também é essencial, a regulamentação do teletrabalho, porém sem apresentar respostas aos itens fundamentais, como controle da jornada, ajuda de custo e acesso dos sindicatos aos locais de trabalho.

“As demais questões ligadas ao tema são importantes, mas não são fundamentais, tendo, por isto mesmo, havido consenso em torno delas. O grave nisto tudo foi que os bancos não apresentaram sua posição quanto a estes três itens que são os mais importantes na definição das regras do trabalho à distância. Sobre a PLR nada foi tratado”, criticou José Ferreira.

O Comando cobrou da Fenaban a apresentação de uma proposta que responda de uma forma global à minuta com os itens da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), entregue no dia 15 de junho. “Até aqui os bancos têm apresentado muitas promessas. O momento é de aumentar a pressão para que as negociações avancem. Afinal, a CCT está em vigor somente até 31 de agosto”, lembrou Ferreira.

Nova PLR

Se no teletrabalho houve apenas tímidos avanços, na PLR nada foi apresentado até agora pelos bancos como resposta à proposta do Comando de aumento da verba. A PLR é um dos pontos de maior interesse da categoria bancária.

O aumento do seu valor foi escolhido como prioridade da Campanha deste ano por 58% dos mais de 35 mil bancários que participaram da Consulta Nacional da Categoria. As duas primeiras prioridades são aumento real (92%) e aumento maior para o VA e VR (62%).

A proposta

A PLR atual consiste na regra básica, de 90% do salário mais R$ 2.807,03 (com teto de R$ 15.058,34), podendo ser compensada com programas próprios.

As possibilidades: 

1) A regra básica deve ser aplicada para todos os bancários de determinada instituição e caso:

  1. a) O montante fique entre 5% e 12,8% do lucro líquido do banco, aplica-se a regra;
    b) O montante fique acima de 12,8% os valores individuais dos bancários sofrerão redutores;
  2. c) O montante fique abaixo de 5% do lucro líquido, os valores individuais dos bancários são majorados até o limite de 2,2 salários ou até que o montante chegue a 5% do lucro, o que ocorrer primeiro.

2) Parcela Adicional

Distribuição linear de 2,2% do lucro líquido dos bancos entre todos os bancários e bancárias, com teto de R$ 5.614,06;

Existe a possibilidade de o banco distribuir menos de 2,2% na parcela adicional, caso pague o teto;

A Parcela Adicional não pode ser compensada com programas próprios.

Antecipação da PLR Fenaban

Antecipação da Regra Básica: 54% do salário + R$ 1.684,21 (com teto de R$ 9.034,99).

Na antecipação já vale a regra dos 12,8% do lucro líquido, mas a do piso de 5% do lucro líquido só é definida ao final do ano;

Antecipação da Parcela Adicional: 2,2% do lucro líquido do 1º semestre dividido linearmente, com teto de R$ 2.807,03.

Mudanças no cálculo

Breve histórico de mudanças nos parâmetros da PLR na Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários:

CCT específica de PLR desde 1995 válida para todo o território nacional;

1995: Inicialmente previa apenas regra básica (72% do salário + R$ 200);

1996: limites estabelecidos: a PLR ficaria entre 5% e 15% do lucro líquido dos bancos;

1997: estabelece a majoração da regra básica em até 2 salários, quando o valor ficasse abaixo de 5% do lucro líquido;

2003: Campanha unificada;

2005: Parcela Linear de 4% no BB;

2006: conquista da parcela adicional baseada na variação do Lucro Líquido;

2008: Majoração da regra básica passa a ir a até 2,2 salários;

2009: Parcela Adicional passa a ser de 2% do lucro líquido, independente da variação. Com isso a distribuição mínima passa a ser de 7%, com algumas exceções;

2010: PLR Social Caixa;

2013: Parcela adicional ampliada para 2,2% do lucro líquido.

*Com informações da Contraf-CUT.

 

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