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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Publicado: 08 Agosto, 2022 - 16h19 | Última modificação: 08 Agosto, 2022 - 16h26
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
As altas taxas de desemprego e de inflação, além dos salários arrochados, que não dão para pagar sequer contas básicas como água e luz, atingiu em cheio os orçamentos das famílias brasileiras em julho e o resultado foi o aumento das dívidas em +0,7 ponto percentual, com o endividamento atingindo a marca recorde de 78% dos lares do país.
As medidas paliativas anunciadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, tiveram efeito restrito ao segundo trimestre no que se refere ao pagamento de contas e/ou dívidas já atrasadas.
É isso que mostram os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgados nesta segunda-feira (8) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Entre os que têm dívidas, 85,4% possuem dívidas no cartão de crédito. Os consumidores com até 35 anos de idade são o grupo mais endividado no cartão de crédito (87,5%). Já as mulheres responderam pela maior proporção de endividados no cartão, 87,1%, enquanto homens representam 84,2%
As demais dívidas são com cheque pré-datado, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa.
Cresce inadimplência
O total de famílias com dívidas ou contas em atraso ficou em 29% em julho. Desses, 10,7% disseram não ter como pagar os compromissos assumidos, ou seja, ficarão inadimplentes.
Mulheres mais endividadas
A proporção de mulheres endividadas aumentou 0,5 ponto percentual entre junho e julho e atingiu 80,6%, mas cresceu ainda mais entre os homens, 1,0 ponto, passando a 77,5%.
Por faixa de renda, a Peic aponta que as famílias na faixa acima de dez salários mínimos mensais contraíram mais 0,8 ponto percentual de dívidas em julho, chegando a 75% com dívidas.
Na faixa com renda abaixo de dez salários mínimos, o endividamento cresceu 0,6 ponto percentual, atingindo 78,8%. Nas duas faixas, a taxa é recorde.
Os dados da Peic são coletados em todas as capitais e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores. Os principais tipos de dívida levantados são cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa.