Quinta, 04 Agosto 2022 23:25
DEMOCRACIA ATACADA

Bolsonarista agride estudante em panfletagem do Comitê de Lutas

Mariana Batista tomou um soco enquanto descansava na parte interna da grade da Central do Brasil após participar de atividade contra a carestia no país
MARCAS DA VIOLÊNCIA - A estudante Mariana Batista ficou com escoriações após tomar um soco de um homem que se identificou como bolsonarista MARCAS DA VIOLÊNCIA - A estudante Mariana Batista ficou com escoriações após tomar um soco de um homem que se identificou como bolsonarista

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Durante a panfletagem do Comitê de Lutas dos Bancários e do IFCS/UFRJ (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro), na Central do Brasil, nesta quinta-feira (4), a estudante Mariana Batista foi surpreendida com um soco dado por trás por um homem que se identificou como bolsonarista. O fato aconteceu logo depois da atividade, quando a jovem sentou na grade da parte interna da Central para descansar após distribuição de impressos que denunciam a carestia e a alta dos preços no Brasil, especialmente dos alimentos.

“Nossa panfleagem acontecia de forma tranquila e, no final, fiquei perto do Alexandre (Batista, diretor do Sindicato dos Bancários) sentada para dar uma descansada, por volta de umas 18h30, já no final da atividade, quando fui surpreendida com um soco por trás de um homem que usava bermuda e tênis. Só sei que a agressão quebrou meu óculos e meu olho e rosto ficaram com ferimentos. Na hora acabei deixando cair os panfletos e os óculos e fui ajudada por uma mulher que tinha recebido de mim, um panfleto”, disse a estudante.

Mariana declarou ainda que na confusão o homem fugiu na multidão, o que na avaliação da jovem, pode até ter evitado uma tragédia. “A gente nem sabe se ele estava armado e que tipo de reação essa gente pode ter”, disse.  

Não é caso isolado

O diretor do Sindicato, Alexandre Batista disse que o episódio não é isolado e demonstra a importância de o povo brasileiro derrotar o ódio e a violência fascista que representam setores mais radicais do bolsonarismo.

“Nesta eleição, está em jogo não apenas a necessidade de recuperarmos o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e de renda e o combate à fome e à miséria, mas especialmente o de defendermos a democracia e o convívio entre as diferenças com respeito e convivência pacífica”, afirmou o dirigente sindical, coordenador do Comitê de Luta dos Bancários.

Ideologia do ódio

Em julho deste ano, o bolsonarista Jorge José Guaranho matou o guarda municipal Marcelo Arruda, pai de quatro filhos, durante uma festa temática sobre o ex-presidente Lula e do PT em comemoração aos seus 50 anos, em Foz de Iguaçu, no Paraná. A vítima era militante petista e membro do sindicato dos servidores da cidade paranaense.

“Estes não são fatos isolados e as autoridades precisam punir estes atos de violência para garantir as eleições deste ano, que tem um papel fundamental na história do país, para a liberdade de expressão e a democracia hoje ameaçadas por setores da sociedade saudosos da ditadura militar e que não estão aceitando que o povo escolha democraticamente, nas urnas, um novo presidente, que tudo indica, será o Lula”, acrescentou Alexandre. 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) em seus arroubos antidemocráticos passa dos limites e faz apologia da violência, como num discurso no Acre há três anos, quando conclamou seus eleitores a "fuzilar a petezada", usando um tripé de câmara fotográfica como se fosse uma "arma". "Mas, quanto mais o bolsonarismo radicaliza, mais a sociedade se une pela democracia. Não vão impedir a vontade popular nas urnas", concluiu o sindicalista. 

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