Terça, 02 Agosto 2022 14:57
DESASTRE ECONÔMICO

Governo Bolsonaro vai para seu último ano com queda na produção industrial

Redução no primeiro semestre de 2022 é de 2,2% e o acumulado em doze meses foi de -2,8%. Números apontam para o enfraquecimento da economia brasileira
Em seu último ano de governo, Bolsonaro apresenta números pífios na economia: o setor industrial segue em queda após o otimismo no pós-pandemia Em seu último ano de governo, Bolsonaro apresenta números pífios na economia: o setor industrial segue em queda após o otimismo no pós-pandemia Foto: José Paulo Lacerda/CNI

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O relativo otimismo com uma retomada da economia, ludibriado pelo natural crescimento do setor de serviços no pós-pandemia recebeu uma ducha de água fria com a queda da produção industrial no Brasil de 2,2% no primeiro semestre deste ano. No acumulado de 12 meses o setor apresenta percentual negativo de -2,8%. Em junho a queda foi de 0,4%, após quatro meses de crescimento. Os dados são oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e revelam a perda de força da economia no governo Bolsonaro. O parque industrial brasileiro vem patinando desde 2014 e de lá para cá não apresentou melhoras. No entanto, com a política econômica do ministro da Economia Paulo Guedes, os índices das indústria estão 13% abaixo do verificado no início daquele ano, com o país ainda sob o governo Dilma Rousseff, antes da crise global. 

Segundo especialistas, até setores que apresentavam expansão no Brasil, como o extrativista, vêm apresentando queda, com resultados 23% menores do que o registrado em abril de 2015.  Após pequenas altas nos últimos quatro meses, a redução da produção industrial é correspondente a um país em recessão: fevereiro teve avanço de 0,7%, seguido por números mais fracos em março (0,3%), abril (0,1%) e maio (0,3%).

Os pequenos ganhos não foram suficientes para reverter as perdas dos últimos anos. No primeiro semestre de 2022, a indústria acumulou queda de 2,2% e em 12 meses, o acumulado foi -2,8%.

O setor industrial está com desempenho 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 18% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, no primeiro governo Dilma.

Quem recuou mais

Bens de Capital foi a categoria que mais recuou (-1,5%), seguida por Bens Intermediários (- 0,8%) e Indústria Geral (-0,4%). Somente bens de Consumo registrou alta: 0,4%, puxada pela produção de bens duráveis, que avançou 6,4%. Todas as demais áreas apresentaram queda. A situação é tão grave que apenas nove dos 26 ramos da indústria tiveram crescimento da produção.

Importância das eleições

Os economistas alertam que os dados da produção industrial são mais uma clara evidência de que a economia está perdendo força e que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo semestre de 2022 deverá ser muito mais fraco do que no primeiro semestre. E a situação poderá piorar em 2023 em consequência das medidas artificiais do governo que deverão reduzir a inflação mas que não poderão ter continuidade a partir do ano que vem, como a redução de ICMS para combustíveis e energia elétrica. A decisão de zerar impostos federais nestes setores até dezembro, um mês após as eleições presidenciais, custará aos cofres públicos uma perda de cerca de R$ 16,59 bilhões, segundo avaliação do próprio Ministério da Economia. Já os estados estão com investimentos em educação e saúde ameaçados pela PEC (Proposta de Emenda Parlamentar) eleitoreira de Bolsonaro, que poderá gerar uma explosão inflacionária em 2023 e desequilíbrio fiscal.

“O próximo governo enfrentará o desajuste das contas públicas em função da PEC eleitoreira de Bolsonaro e terá de reconstruir o país para garantir a recuperação econômica, a geração de empregos e de renda e tirar milhões de brasileiros que foram lançados ao Mapa da fome por este governo e pelo governo Temer. Esperamos que o povo confirme o que dizem todas as pesquisas de opinião elegendo Luiz Inácio Lula da Silva presidente para retomarmos o caminho do desenvolvimento e da justiça social”, avaliou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.

 

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