Segunda, 01 Agosto 2022 21:47
QUEREMOS SAÚDE E DIGNIDADE

Comando Nacional cobra fim da pressão e do assédio moral

Sindicalistas demonstram preocupação também com covid-19, varíola dos macacos e outras doenças na negociação sobre saúde. No Rio, o Sindicato realizou na sexta (29/7) manifestação na Carioca. Quarta-feira (3) começa a mesa sobre cláusulas econômicas

O crescente número de denúncias de bancários e bancárias em função da pressão psicológica e do assédio moral, que estão adoecendo a categoria foi um dos temas centrais da negociação do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), na última segunda-feira, dia 1º de agosto. A presidenta da Contraf-CUT Juvandia Moreira trouxe para os bancos números da pesquisa feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) para a categoria que comprovam o crescimento das doenças psíquicas. Os afastamentos cresceram na categoria 26,2%, enquanto que no geral, a variação no país foi bem menor: 15,4%.
“Mostramos que, conforme apontam as pesquisas, atualmente as principais causas do adoecimento dos bancários são a pressão por metas desumanas, a intensidade e sobrecarga de trabalho e o assédio moral, fazendo com que as doenças psíquicas superem até mesmo os casos de LER/Dort”, explicou o presidente do Sindicato do Rio, José Ferreira.
“Os bancos disseram que metas não geram adoecimento, mas nós provamos que as doenças psíquicas geradas pela pressão por metas são maiores entre bancários do que em relação à qualquer outra categoria”, disse Juvandia.

Fugindo da responsabilidade

Os bancos apresentaram números internacionais mostrando que o problema da saúde do trabalhador ocorre em nível mundial. “A Fenaban trouxe estes dados para eximir de suas responsabilidades com a categoria, o que nós não aceitamos”, acrescentou Ferreira.
Os representantes dos bancos querem criar um fórum para debater as questões da saúde do trabalhador e prometeram trazer uma resposta para as reivindicações dos trabalhadores em uma outra reunião, que ainda não tem data definida.
Outra preocupação dos sindicatos é em relação às doenças, como a covid-19, que ainda apresenta crescimento no Brasil e suas sequelas sobre a saúde dos trabalhadores, a Influenza e a recente varíola dos macacos, que já matou uma pessoa, em Minas Gerais. Juvandia Moreira, Ivone Silva (presidenta do Sindicato de São Paulo, Osasco e Região) e Mauro Salles, atual secretário de Saúde da Contraf, abriram a reunião apontando a preocupação com as doenças que ameaçam a vida dos brasileiros e exigiram um acompanhamento dos bancos em relação ao problema na categoria cobrando a intensificação das medidas de prevenção, como o uso de máscaras e outros equipamentos de proteção e mais informação para os bancários e bancárias.

Manifestação no Rio

Na Carioca, Centro do Rio, o Sindicato participou na sexta-feira (29/7), de um protesto contra a ganância dos bancos, que têm lucrado cada vez mais atacando direitos dos bancários, com demissões, terceirizações e a elevação da pressão e do assédio moral para impor metas de produtividade cada vez mais desumanas. A atividade, organizado pela Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro) contou com a participação também dos sindicatos de Niterói, Petrópolis, Teresópolis, Sul Fluminense e Campos dos Goytacazes e teve a exibição de vídeos (Cine Federa-RJ) e panfletagem. O movimento sindical dialogou com a categoria e com a população, inclusive sobre a falta de segurança para funcionários e clientes nas novas agências de negócios.

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