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Prévia da inflação no mês cai para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, mas alimentos e bebidas sobem 1,16%, mais do que quatro vezes do registrado em junho de 0,25%
Publicado: 26 Julho, 2022 - 10h13 | Última modificação: 26 Julho, 2022 - 11h06
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a prévia da inflação para famílias com renda de um (R$ 1.212) a 40 salários mínimos (R$ 48.480), caiu para 0,13% em julho, mas os produtos de alimentos e bebidas continuam em alta e cada vez mais caros.
Esses produtos subiram 1,16% em julho, quatro vezes mais do que no mês anterior quando o índice ficou em 0,25%. De acordo com a pesquisa, divulgada nesta terça-feira (26), pelo IBGE, o que mais pesou foi o aumento nos preços do leite longa vida (22,27%), maior impacto individual no índice do mês, com 0,18 %. No ano, a variação acumulada do produto chega a 57,42%.
Além disso, alguns derivados do leite também registraram alta no IPCA-15 de julho, a exemplo do requeijão (4,74%), da manteiga (4,25%) e do queijo (3,22%).
Outros destaques no grupo foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,12% em julho.
A alimentação fora do domicílio teve alta de 1,27% em julho, acelerando em relação a junho (0,74%). Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às do mês anterior (1,10% e 0,70%, respectivamente).
No geral, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi 0,56 % abaixo da taxa registrada em junho (0,69%). Essa é a menor variação mensal do IPCA desde junho de 2020 (0,02%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,79% e, em 12 meses, de 11,39%, abaixo dos 12,04% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Favoreceram essa queda, principalmente, os itens relacionados a transporte e habitação. Este último item caiu -0,78%, graças à redução de 4,61% na energia elétrica residencial. Em julho, segue em vigor a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.
No grupo dos Transportes a queda registrada é de -1,08% e foi influenciada pelo recuo nos preços dos combustíveis (-4,88%), em particular da gasolina (-5,01%) e do etanol (-8,16%). O óleo diesel seguiu na contramão dos demais combustíveis, com alta de 7,32%. No lado das altas, as passagens aéreas subiram 8,13%, contribuindo com 0,05 % no IPCA-15 de julho. Cabe mencionar também a variação positiva do ônibus urbano (0,67%), consequência do reajuste de 11,36% nas passagens em Salvador (7,46%) aplicado efetivamente a partir de 4 de junho.
Confira os reajustes
Grupo |
Variação Mensal (%) |
Impacto (p.p.) |
||
Junho |
Julho |
Junho |
Julho |
|
Índice Geral |
0,69 |
0,13 |
0,69 |
0,13 |
Alimentação e bebidas |
0,25 |
1,16 |
0,05 |
0,25 |
Habitação |
0,66 |
-0,78 |
0,10 |
-0,12 |
Artigos de residência |
0,94 |
0,39 |
0,04 |
0,01 |
Vestuário |
1,77 |
1,39 |
0,08 |
0,06 |
Transportes |
0,84 |
-1,08 |
0,19 |
-0,24 |
Saúde e cuidados pessoais |
1,27 |
0,71 |
0,16 |
0,09 |
Despesas pessoais |
0,54 |
0,79 |
0,05 |
0,08 |
Educação |
0,07 |
0,07 |
0,00 |
0,00 |
Comunicação |
0,36 |
-0,05 |
0,02 |
0,00 |
Fonte: IBGE, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Variação nas regiões metropolitanas
A região metropolitana em que a alta foi maior, foi a do Recife (Pernambuco) com variação mensal de 0,87%. A mais baixa foi em Goiânia (Goiás), com queda de 0,98%.
Confira no quadro
Região |
Peso Regional (%) |
Variação Mensal (%) |
Variação Acumulada (%) |
||
Junho |
Julho |
Ano |
12 meses |
||
Recife |
4,71 |
0,84 |
0,87 |
6,77 |
12,03 |
Fortaleza |
3,88 |
0,73 |
0,42 |
6,77 |
11,54 |
São Paulo |
33,45 |
0,79 |
0,35 |
5,90 |
11,57 |
Salvador |
7,19 |
1,16 |
0,28 |
6,81 |
12,74 |
Porto Alegre |
8,61 |
0,57 |
0,21 |
4,12 |
10,13 |
Brasília |
4,84 |
0,74 |
0,17 |
5,40 |
11,31 |
Belo Horizonte |
10,04 |
0,50 |
0,08 |
5,75 |
10,67 |
Rio de Janeiro |
9,77 |
0,46 |
-0,10 |
6,13 |
11,19 |
Belém |
4,46 |
0,18 |
-0,31 |
5,08 |
9,10 |
Curitiba |
8,09 |
0,70 |
-0,31 |
5,85 |
12,75 |
Goiânia |
4,96 |
0,54 |
-0,98 |
4,80 |
11,05 |
Brasil |
100,00 |
0,69 |
0,13 |
5,79 |
11,39 |
Fonte: IBGE, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de junho a 13 de julho de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de maio a 13 de junho de 2022 (base) e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Confira a íntegra da pesquisa do IBGE aqui.