Terça, 26 Julho 2022 18:44

Comando Nacional cobra da Fenaban regulação e direitos do teletrabalho

Bancos, mesmo com lucros recordes, negaram a indenização adicional nos casos dos desligamentos de bancários
O presidente do Sindicato do Rio disse que é preciso garantir os direitos para todos os bancários e bancárias, inclusive para quem permanece no teletrabalho O presidente do Sindicato do Rio disse que é preciso garantir os direitos para todos os bancários e bancárias, inclusive para quem permanece no teletrabalho Foto: Nano Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Comando Nacional dos Bancários em negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) nesta terça-feira, 26 de julho, apontou ser fundamental a regulação do teletrabalho com cláusulas objetivas para garantir os direitos dos funcionários que continuam trabalhando no sistema de home office.

“O teletrabalho foi fundamental para evitar que parte dos bancários não fosse atingida pela pandemia da covid-19. Agora é preciso regular o teletrabalho com cláusulas objetivas que garantam os direitos dos bancários, inclusive do livre acesso dos trabalhadores à sua representação sindical”, disse o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira, que faz parte do Comando e participou da negociação.  

Os sindicalistas destacaram a necessidade de melhorias para o exercício do teletrabalho, tanto na ergonomia do mobiliário como nas ferramentas e cobraram a garantia de uma ajuda para os gastos que o bancário acaba tendo com energia e telefonia, dentre outras despesas extras.  

Direito à jornada

Outra preocupação do movimento sindical é em relação à jornada de trabalho. Muitas vezes, o trabalhador que trabalha em sua residência não consegue separar seu horário de trabalho de sua vida em privada e familiar.

“É preciso garantir o direito à desconexão e o efetivo controle da jornada”, acrescentou Ferreira.

Interação necessária

O Comando Nacional lembrou na reunião que a consulta realizada pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) apontou que apenas 13% dos bancários em teletrabalho que participaram da pesquisa declararam estar recebendo o auxílio para cobrir todas as despesas.

“Defendemos também que o trabalho seja híbrido com parte da jornada presencial para garantir a interação entre os bancários e evitar que o isolamento cause prejuízos a saúde dos bancários”, explicou o sindicalista.

Presença dos sindicatos

O Comando Nacional reivindicou também o acesso, ainda que por via remota, das entidades sindicais com os trabalhadores em home office, além da necessidade de garantir a eles a participação na Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), podendo o bancário votar e ser votado.  

Os sindicatos querem ainda que a comunicação do retorno ao trabalho presencial ou mesmo ao sistema remoto seja feita com antecedência para que o bancário possa organizar a sua vida pessoal e familiar em relação à nova rotina.

A Fenaban demonstrou sensibilidade com alguns dos pontos apresentados e informou que será marcada uma negociação em que os bancos  trarão proposta de redação sobre o tema para apreciação pelo Comando Nacional A data desta reunião ainda será confirmada. 

Indenização adicional

A má notícia da negociação desta terça (26) ficou por conta da recusa pela Fenaban em relação à indenização adicional nos desligamentos.

“A Fenaban ignora a grave crise econômica com consequências na alta taxa de desemprego e o sofrimento dos bancários quando são demitidos. É uma desumanidade negar este adicional num momento tão difícil para o bancário que perdeu o seu emprego e não há motivos para isso. Em 2021, os cinco maiores bancos do país, Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander lucraram R$ 107,7 bilhões, 34,1% maior do que no ano anterior. No primeiro trimestre de 2022 o montante somou R$ 27,6 bilhões, 17,5% maior do que no mesmo período do ano passado”, acrescentou José Ferreira.

O Comando reivindicou também o retorno das homologações aos sindicatos.

Na quinta-feira (28) terão continuidade as negociações sobre cláusulas sociais, com foco também na questão da segurança bancária.

 

 

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