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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Como parte das negociações do acordo específico, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) participou de rodada com o banco na segunda-feira (25) sobre condições de trabalho. A questão principal foi a necessidade de novas contratações, já que a sobrecarga de trabalho crescente vem causando estresse e adoecimento, fato tão grave que levou a mídia a publicar matérias sobre o assunto, logo após a morte, no último dia 19, do diretor da Caixa, Sérgio Ricardo Faustino Batista, incialmente investigada como suicídio.
Problemas de saúde
A morte do diretor foi o primeiro assunto tratado. O coordenador da CEE, Clotário Cardoso, cobrou apuração. Fez referência, também, às matérias feitas pela imprensa com dados de pesquisa da Fenae, apontando que 42% dos empregados afirmaram ter problemas de saúde associados à atividade que desempenham, sendo 75% relacionados à saúde mental. O sindicalista indagou sobre o silêncio da empresa a respeito da pesquisa.
Rogério Campanate, diretor do Sindicato e representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ) na CEE, reforçou a importância da mesa sobre condições de trabalho diante do adoecimento, comprovado pela pesquisa da Fenae em 2021.
“O trabalho foi entregue à Caixa em 16 de março de 2021, e até hoje não teve resposta, um enorme descaso com os trabalhadores, que foi a marca da gestão Pedro Guimarães e que esperamos cesse a partir de agora”, afirmou.
Banco não atende
Não houve resposta definitiva a nenhum dos itens da minuta. O que mais se ouviu foi ‘vamos estudar’. Sobre novas contratações os representantes da Caixa disseram apenas que o banco “avalia constantemente esta possibilidade”. Acrescentaram que já há autorização para contratar 637 novos empregados. A empresa nesse momento possui 86.907, além de 500 concursados em fase de contratação. Sobre os Processos Seletivos Internos, a CEE reivindicou a retirada de travas entre áreas distintas e foi informada que a trava não existe mais. Sobre o fim das “funções por minuto”, a empresa alegou que sua criação se deu em razão da necessidade pontual do exercício da função.
Descomissionamentos
Quanto aos descomissionamentos arbitrários, a empresa se comprometeu a analisar a proposta encaminhada pelos trabalhadores, mas não abre mão da prerrogativa de dispensar por interesse da administração. O banco negou a reivindicação do retorno da incorporação da função aos que perderam. Quanto à implementação de uma sistemática para transferências e retorno de áreas regionais, a Caixa alegou que a centralização aumentou a eficiência. A CEE sustentou que o atendimento interno aos empregados piorou.
A CEE argumentou ainda que a GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas) está sendo usada como instrumento de assédio. Os sindicatos solicitaram a criação de nova ferramenta ou que o tema seja debatido na mesa de negociação permanente. A Caixa pediu mais informações sobre a reivindicação de jornada de quatro horas. A próxima mesa será nesta quarta-feira (27), às 15h, sobre Saúde do Trabalhador e Saúde Caixa.