EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Um Programa de Demissão Voluntária (PDV), como o próprio nome sugere, deveria ter sua adesão a partir da livre vontade do trabalhador. Mas isso não ocorre no Itaú. Após a baixa procura ao nada atrativo programa, os funcionários começaram a ser pressionados e moralmente assediados para aderirem “na marra” e aceitarem o acordo de demissão. Teve de tudo, até mensagens enviadas por SMS, email e gestores que chegaram ao ponto de transferir empregados para unidades distantes como um recado por eles não terem aderido.
Como se não bastasse a pressão feita desde o início, o Itaú agora assedia os funcionários que não aderiram ao PDV, cerceando, mais uma vez, a livre vontade do trabalhador.
“A gente sabe que não houve um PDV, mas um PDI, Programa de Demissão Imposta. Agora a direção do banco está literalmente indo para cima de quem não aderiu a este programa que era absolutamente prejudicial aos bancários”, disse a diretora do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel.
Caráter discriminatório
As dispensas promovidas agora, após forte assédio, têm natureza discriminatória contra quem optou por continuar trabalhando.
“O banco está usando uma nova estratégia, demitindo aos poucos para despistar o aspecto discriminatório contra os funcionários que não aderiram. A maioria dos dispensados é composta por empregados com mais tempo de serviço, mas sem nenhum tipo de estabilidade e que entraram em licença. É preciso ficar atento porque o banco quer arrumar qualquer desculpa para demitir. Os bancários que se sentirem assediados devem procurar imediatamente o Sindicato”, disse a diretora da Secretaria da Mulher da Federa RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro), Paula Rodrigues.
Sindicato reage
O Sindicato do Rio tem feito sua parte na defesa dos bancários desde o começo do PDV e denunciou o assédio ao Ministério Público do Trabalho. O inquérito segue em curso. Na quinta-feira passada (14), a entidade realizou um protesto contra as demissões em massa no Itaú. As arbitrariedades impostas pelo banco em relação ao PDV e o assédio moral também foram alvos de críticas dos sindicalistas (confira detalhes do Dia Nacional de Luta em nosso site).
Todos os bancários que se sentirem prejudicados e vítimas de assédio ou pressão devem procurar imediatamente o Jurídico do Sindicato para que sejam tomadas as devidas providências. O Jurídico fica no 20ª andar da sede da entidade, localizada na Av. Presidente Vargas, 502, no Centro.