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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
Os bancos eliminaram em maio deste ano, 433 postos de trabalho, com 3.172 admissões e 3.605 desligamentos. A extinção de emprego é a maior desde outubro de 2021. Do total de vagas fechadas no mês, 322 vagas (74,4%) ocorreram nos bancos tradicionais. Este é o terceiro mês consecutivo em que a categoria bancária apresentou fechamento de postos de trabalho. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
“Itaú, Bradesco e Santander estão fechando agências físicas e demitindo em massa com uma única razão: dispensar trabalhadores com mais tempo de casa, contratando novos com salários inferiores e fechando agências para reduzir custos e elevar ainda mais os lucros. Tratam o bancário como número que precisa ser eliminado do mercado de trabalho para os banqueiros acumularem ainda mais dinheiro”, criticou o diretor do Sindicato do Rio, Geraldo Ferraz., diretor da Secretaria de Bancos Privados da entidade sindical.
Em março e maio foram fechados cerca de 800 postos de trabalho.
Ação dos sindicatos
No acumulado dos últimos 12 meses ocorreu a criação de 8,3 mil postos de trabalho no setor. Mas o resultado positivo no sistema financeiro nacional foi impactado das contratações da Caixa Econômica Federal, não por vontade da direção da estatal ou do governo Bolsonaro, mas consequência de uma decisão judicial favorável à contratação de trabalhadores aprovados no concurso de 2014, por reivindicação dos sindicatos. No ano, o setor acumula criação de 2,7 mil postos.
“Foi a mobilização do movimento sindical, com ações na Justiça, que garantiu um saldo positivo do emprego. Se depender dos banqueiros e do governo Bolsonaro a categoria continuará sofrendo com as demissões, terceirizações e retirada de direitos”, destaca o diretor do Sindicato, Sérgio Menezes.
Rotatividade alta
Nos desligamentos, a modalidade demissões “a pedido do trabalhador” representou 37,3% da totalidade, queda em relação aos meses anteriores. Em contrapartida, os desligamentos sem justa causa, motivados pelo empregador, somaram 56% do total, maior patamar dos últimos 12 meses.
O salário mensal médio de um bancário admitido em abril alcançou o valor de R$ 5.403,87 enquanto o do desligado foi de R$ 6.107,26.
“O salário médio do contratado correspondeu a 88,5% do que se desligou o que representa uma queda na renda média da categoria. Os bancos sempre utilizam desta estratégia de dispensar funcionários antigos, com salários bem maiores do que os dos novos empregados. Tudo para aumentar os lucros, a custa de famílias inteiras que ficam sem o sustento para sobreviver. É uma prática cruel”, acrescenta Geraldo.
Mulheres sofrem mais com demissões
As mulheres continuam sendo discriminadas no mercado de trabalho dos setor bancário. O saldo negativo, em maio, se deu exclusivamente entre as mulheres (-546 postos), enquanto entre os homens foi positivo (+113 postos).
No ano, os desligamentos foram mais efetivos entre as mulheres (-7.946 postos) em relação aos homens (-7.182 postos). Já nas admissões, são 10.380 postos destinados a homens contra 7.523 a mulheres. Assim, o saldo entre janeiro e maio de 2022, é negativo para bancárias, com a eliminação de 424 postos, e positivo para bancários homens, com abertura de 3.198 postos.
“Até quando os bancos continuarão discriminando as mulheres? As bancárias ganham em média menos que os homens em funções similares e com a mesma ou até maior escolaridade, têm mais dificuldade para ocupar cargos de chefia e são as primeiras a serem demitidas, além de sofrerem com o assédio sexual. Precisamos mudar essa situação no debate sobre Igualdade de Oportunidades”, afirma a vice-presidenta do Sindicato, Kátia Branco.
Na questão das faixas etárias, o saldo é positivo entre as faixas até 29 anos, com ampliação de 936 vagas. Já para as demais faixas etárias, o movimento foi contrário, com o fechamento de 1.369 vagas.
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