A Cinelândia, Centro do Rio, palco de manifestações e comícios históricos, voltou a ficar superlotada num ato político como nos melhores tempos da participação popular vivida nos anos 80 e 90 nesta quinta-feira (7). Segundo os organizadores, cerca de 80 mil pessoas compareceram ao evento, a maioria para prestigiar a presença de Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à presidência da República. Participaram também da manifestação, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o nome do PSB ao Senado, Alessandro Molon, o deputado federal e pré-candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSB), André Ceciliano, presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e também candidato a uma vaga no Senado, entre outros políticos e lideranças dos movimentos social e sindical.
Durante toda a semana o Comitê de Lutas dos Bancários panfletou o Centro, convidando a população para a manifestação e grande parte atendeu à convocação, lotando todo o espaço em frente à Câmara de Vereadores até o lado oposto da Rio Branco.  

A violência no Rio

Lula falou da necessidade de recuperação econômica e social do Rio de Janeiro e do Brasil. Lembrou que nenhum governo investiu tantos recursos no estado do Rio quanto os governos petistas.
“E por que nós fizemos isso? Porque o Rio é muito importante para o Brasil e não pode ficar aparecendo nos jornais apenas por conta da violência, das balas perdidas, das mortes de filhas, irmãos e pais de gente pobre", disse.
Declarou que uma das principais causas da violência é a ausência do Estado. “Se o povo tivesse emprego, escola e saúde de qualidade, área de lazer, cultura, água boa, tratamento de esgoto, não teríamos metade da violência que tem no Rio de Janeiro”, avaliou.

Críticas a Bolsonaro

Lula voltou a criticar o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) por seus ataques à democracia.
“Bolsonaro tem medo da urna eletrônica por que ele teme é o voto do povo, porque ele não merece [a reeleição]”, destacou.
Antes do comício, populares percorreram o Centro, da Candelária à Cinelândia, interditando algumas vias com faixas e batucadas.  

A explosão do ódio

Durante o ato, um susto: uma garrafa pet com explosivo e fezes humanas foi lançado próximo a multidão. O diretor do Sindicato Alexandre Batista estava próximo ao local e quase se feriu. Segundo a Polícia Militar, um homem suspeito foi preso. Após o ato de violência, os manifestantes começaram a gritar “fora, Bolsonaro”.
Em Foz do Iguaçu (PR), o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda foi assassinado a tiros na madrugada de domingo (10),  pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho. Arruda comemorava sua festa de 50 anos com temas vinculados ao PT e à candidatura de Lula à presidência. Após a celebração, a festa foi invadida pelo agente penitenciário aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”.  Segundo relatos, houve uma discussão entre o aniversariante e Jorge, que sacou uma arma e ameaçou os convidados. Marcelo Arruda levou três tiros, e Jorge Guaranho também foi atingido. Ambos foram socorridos, mas Arruda não resistiu e morreu na madrugada de domingo.
Bolsonaro não se solidarizou com os familiares da vítima e ainda culpou a esquerda pela morte do petista.