Sexta, 08 Julho 2022 18:54
TUDO BOLSOCARO

Inflação acelera e atinge 11.89% no acumulado em 12 meses

Passagem aérea, pepino, dieesel, leite e transporte de aplicativo estão entre os itens que mais subiram. Comida na mesa está cada vez mais difícil
As pessoas mais pobres vivem hoje na dependência da solidariedade dos brasileiros para comer, uma cena comum principalmente nas grandes cidades As pessoas mais pobres vivem hoje na dependência da solidariedade dos brasileiros para comer, uma cena comum principalmente nas grandes cidades Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A inflação acelerou no mês de junho, atingindo 11,89% no acumulado em 12 meses. Os dados oficiais são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Um terço de um total de 360 produtos (67%)  teve a maior disparada nos preços. Em junho a alta foi de 0,67%.O preço da cesta básica disparou no Brasil afetando a classe média e principalmente os mais pobres.

Passagem de avião

A passagem aérea foi o item que teve a maior elevação nos preços, acumulando um salto de 122.4%. 

“Já foi tempo em que, nos governos Lula, até a população mais pobre viajava de avião, pois a renda média das famílias crescia, o país gerava empregos e as passagens aéreas eram quase compatíveis com os preços da passagem de ônibus leito. Hoje até a classe média viaja muito menos e tem que pegar a estrada, inclusive em percursos mais longos, isso quando consegue viajar, pois os combustíveis e as passagens rodoviárias também estão o olho da cara”, disse indignado o vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vinícius de Assumpção.

Comida cara

Os alimentos também não param de subir: as maiores altas ficaram por conta do pepino (95,81%) e da cenoura (83,99%).O litro de leite teve uma alta de 3,45% e o longa vida varia de R$5 a R$9. Novamente são as pessoas vulneráveis que sofrem mais. 

“Está cada vez mais difícil o povo colocar comida no prato e não é por acaso que o governo Bolsonaro reconduziu o Brasil ao Mapa da Fome. Em dois anos este governo jogou mais de 13 milhões à miséria absoluta, totalizando 33 milhões que não têm o que comer”, critica Vinícius.

A jogada eleitoreira

Entre os combustíveis, o óleo diesel foi o único que subiu em junho, passando a acumular avanço de 56,36% em 12 meses. Já a gasolina desacelerou a alta para 26,93%, contra 28,73% nos 12 meses até maio.

Com um projeto aprovado às pressas e injetando dinheiro para os parlamentares através do “orçamento secreto”, Bolsonaro conseguiu furar as regras que proíbem determinados gastos próximo da eleição e mudou as restrições constitucionais, aprovando o “estado de emergência” para liberar projetos que elevam programas sociais de renda como o Bolsa Família (que o governo mudou o nome para “Auxílio Brasil”) e tem até mimos para caminhoneiros e taxistas. Reduziu ainda o ICMS, tirando dinheiro da educação e da saúde para segurar as altas dos combustíveis sem mudar a política da Petrobras, cujos preços para o consumo interno passaram a ser vinculados ao dólar, o chamado Preço de Paridade de Importação (PPI) criado no governo Temer.

“Ninguém pode ser contra socorrer a quem tem fome, mas a medida de Bolsonaro é claramente eleitoreira e tem prazo de validade, dezembro deste ano, ou seja um mês após o segundo turno das eleições. E quem criou o agravamento da crise e o aumento da miséria foi a própria política econômica do atual governo”, acrescentou Vinícius.

 

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