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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A inflação acelerou no mês de junho, atingindo 11,89% no acumulado em 12 meses. Os dados oficiais são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Um terço de um total de 360 produtos (67%) teve a maior disparada nos preços. Em junho a alta foi de 0,67%.O preço da cesta básica disparou no Brasil afetando a classe média e principalmente os mais pobres.
Passagem de avião
A passagem aérea foi o item que teve a maior elevação nos preços, acumulando um salto de 122.4%.
“Já foi tempo em que, nos governos Lula, até a população mais pobre viajava de avião, pois a renda média das famílias crescia, o país gerava empregos e as passagens aéreas eram quase compatíveis com os preços da passagem de ônibus leito. Hoje até a classe média viaja muito menos e tem que pegar a estrada, inclusive em percursos mais longos, isso quando consegue viajar, pois os combustíveis e as passagens rodoviárias também estão o olho da cara”, disse indignado o vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vinícius de Assumpção.
Comida cara
Os alimentos também não param de subir: as maiores altas ficaram por conta do pepino (95,81%) e da cenoura (83,99%).O litro de leite teve uma alta de 3,45% e o longa vida varia de R$5 a R$9. Novamente são as pessoas vulneráveis que sofrem mais.
“Está cada vez mais difícil o povo colocar comida no prato e não é por acaso que o governo Bolsonaro reconduziu o Brasil ao Mapa da Fome. Em dois anos este governo jogou mais de 13 milhões à miséria absoluta, totalizando 33 milhões que não têm o que comer”, critica Vinícius.
A jogada eleitoreira
Entre os combustíveis, o óleo diesel foi o único que subiu em junho, passando a acumular avanço de 56,36% em 12 meses. Já a gasolina desacelerou a alta para 26,93%, contra 28,73% nos 12 meses até maio.
Com um projeto aprovado às pressas e injetando dinheiro para os parlamentares através do “orçamento secreto”, Bolsonaro conseguiu furar as regras que proíbem determinados gastos próximo da eleição e mudou as restrições constitucionais, aprovando o “estado de emergência” para liberar projetos que elevam programas sociais de renda como o Bolsa Família (que o governo mudou o nome para “Auxílio Brasil”) e tem até mimos para caminhoneiros e taxistas. Reduziu ainda o ICMS, tirando dinheiro da educação e da saúde para segurar as altas dos combustíveis sem mudar a política da Petrobras, cujos preços para o consumo interno passaram a ser vinculados ao dólar, o chamado Preço de Paridade de Importação (PPI) criado no governo Temer.
“Ninguém pode ser contra socorrer a quem tem fome, mas a medida de Bolsonaro é claramente eleitoreira e tem prazo de validade, dezembro deste ano, ou seja um mês após o segundo turno das eleições. E quem criou o agravamento da crise e o aumento da miséria foi a própria política econômica do atual governo”, acrescentou Vinícius.