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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Envolvido em casos de corrupção e de uso ilegal de verba pública para conseguir votos na eleição de outubro, o governo se prepara para liberar R$ 6 bilhões em emendas a parlamentares vindas do Orçamento Secreto. O objetivo é usar o dinheiro para impedir a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria a corrupção no Ministério da Educação sob a gestão de Milton Ribeiro, e aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que, às vésperas da eleição vai liberar R$ 41 bilhões para engordar benefícios sociais, o que é ilegal.
Desta forma, o governo escancara a compra de votos do Congresso Nacional e mostra desespero com os números das pesquisas eleitorais que confirmam a situação cada dia mais improvável da reeleição de Bolsonaro e ao mesmo tempo, o crescimento do número de eleitores que votariam no candidato mais bem posicionado da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, com possibilidade de vencer já no primeiro turno. A liberação das emendas do Orçamento Secreto a parlamentares governistas já garantiu a aprovação pelo Senado da PEC da Bondade, mesmo contrariado a legislação que proíbe gastos não previstos no Orçamento, em função do período eleitoral. Agora, a PEC vai à votação em dois turnos na Câmara dos Deputados.
Em apenas um dia, terça-feira, foram aprovadas emendas para a liberação de verbas a parlamentares no valor de R$ 6,1 bilhões, mesma data em que o Senado travou a CPI do MEC, que, segundo decisão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seria instalada somente após as eleições. A quantia é praticamente o dobro do que já tinha sido aprovado desde o início de maio. A Comissão Mista do Orçamento, informa que já foram liberados R$ 12,3 bilhões desse tipo de emenda até agora.
Na mesma data foi acelerada a tramitação da PEC da Bondade pela Câmara dos Deputados. Postagens feitas pelas redes virtuais e reportagem do jornal O Globo mostraram na última semana, deputados e assessores formando fila em frente ao gabinete da Presidência da Câmara dos Deputados, onde são controlados os pedidos, para garantir sua fatia no bolo das emendas de relator.
Líderes ouviram queixas em seus partidos, já que nem todos foram contemplados: 74% dos deputados conseguiram fazer indicações, mas enquanto alguns parlamentares conseguiram dezenas de milhões de reais, 269 deputados ficaram com menos de R$ 15 milhões.
No Senado Federal, também não houve distribuição para todos: 48 de 81 senadores fizeram indicações. Porém, ganharam mais do que os deputados. A média por senador é de R$ 54,9 milhões em indicações, enquanto os deputados atendidos até agora tiveram direito a R$ 14,9 milhões, segundo levantamento do Globo. O parlamentar que mais assinou destinações de verbas até o dia 1º de julho foi o senador Wellington Fagundes (PL-MT), com R$ 150 milhões, seguido pelo presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), que destinou R$ 134 milhões. Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é o responsável por R$ 93,5 milhões em recursos.