Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Os bancários e bancárias conquistaram uma vitória relevante contra os ataques do governo Jair Bolsonaro (PL) aos direitos da categoria.  O Movimento Sindical conseguiu barrar, nesta quarta-feira (6), em Brasília, na Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 1043/2019. A proposta prevê o trabalho nos bancos também nos finais de semana, o que extinguiria uma conquista histórica dos bancários: a jornada de segunda à sexta-feira com repouso remunerado aos sábados, domingos e feriados.

“Com muita organização, muita luta e garra barramos, mais uma vez o PL1043 através do qual os bancos e o governo Bolsonaro querem que os bancários trabalhem nos finais de semana e ainda extinguir a segurança nas agências. Não arquivamos a proposta ainda, mas conseguimos barrar o PL e provavelmente este ano não será votado”, disse o diretor da Secretaria de Relações de Trabalho da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Jeferson Gustavo Pinheiro Meira, o Jefão, que estava na Câmara com outros dirigentes sindicais pressionado os parlamentares.

A secretária geral do Sindicato do Rio Cleyde Magno também elogiou a mobilização nacional dos bancários.

"Mais uma vez nossa categoria mostrou que conseguimos preservar direitos, mesmo na pior conjuntura da história, e poderemos avançar em conquistas com unidade e a participação dos bancários e bancárias nas atividades do movimento sindical ", destacou.

Mobilização continua

O presidente da Comissão, deputado Sílvio Costa Filho (Republicanos/PE) decidiu que o PL 1043/19 só voltará a ser debatido após o período eleitoral.“Continuaremos vigilantes para que, ano que vem, após as eleições, se forme uma nova comissão e vamos dialogar com os parlamentares que vão formar a nova CDC. O próprio autor do projeto - deputado federal Davi Soares (União-SP) – já não quer discutir esse projeto em função da pressão da nossa categoria. Parabéns a todos os bancários e bancárias e vamos seguir em frente”, acrescentou Jefão

“Nossa avaliação é que nós, bancários e bancárias, saímos vitoriosos, tanto pela realização da audiência, onde conseguimos expor todos os problemas relacionados a esse projeto de lei, quanto com a decisão do deputado e presidente da Comissão em paralisar o debate”, destacou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

“A questão de abertura de agências aos finais de semana deveria ser uma discussão de mesa de negociação, entre os representantes sindicais e os bancos. Por que querem que seja discutida aqui no Congresso, como uma questão de lei? Por uma razão muito simples: para os trabalhadores não terem mais o direito de discutir direitos, horas extras e permitir que o empregador faça o que quiser”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), autor do pedido da audiência na CDC.