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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Nos últimos quatro anos, o Brasil aparece entre os 10 piores países do mundo para se trabalhar de uma lista de 148 países. O resultado da análise feita com números de 2022 é da Confederação Sindical Internacional (CSI).
A retirada de direitos, piora do valor real de salários, aumento do mercado informal sem nenhuma proteção social e precarização do trabalho explicam a piora do Brasil no ranking desde a reforma Trabalhista de 2017, realizada no governo Michel Temer (MDB). A situação piorou ainda mais com seguidas Medidas Provisórias do governo Bolsonaro, que seguem a falácia de que “é preciso cortar direitos para garantir empregos”
De acordo com a pesquisa, a reforma fez a negociação coletiva entrar em colapso, com uma redução drástica de 45% no número de acordos coletivos celebrados e os empresários, com a flexibilização das leis trabalhistas, em muitos casos priorizando acordos individuais. Em 2022, o Brasil está ao lado de Bangladesh, Belarus, Colômbia, Egito, Filipinas, Miamar, Guatemala e Suazilândia, na África Central.
Entre as violações no Brasil, a CSI citou o corte de salários dos dirigentes sindicais que trabalham no banco Santander como um dos casos, além da declaração de ilegalidade da greve dos metalúrgicos da General Motors, em São Bernardo do Campo, e a redução de benefícios e cortes de postos de trabalho da Nestlé, entre outros.
As violações dos direitos trabalhistas alcançaram um nível recorde no mundo entre abril de 2021 e março de 2022.
A pior região do mundo para os trabalhadores é o Oriente Médio e o Norte da África. O continente americano é o segundo melhor de cinco, atrás da Europa.
Segundo a pesquisa, 113 países excluíram os trabalhadores do direito de se filiar a um sindicato e 77% tem negado o direito a criar ou se afiliar a um sindicato. A ausência de representação sindical explica, em parte, a piora nas condições de trabalho das pessoas. Os países com melhor qualidade de vida de sua população, como a Suécia e a Noruega, são as que possuem maior índice de sindicalização entre os trabalhadores.