Segunda, 27 Junho 2022 19:27

Lucros derrubam argumento dos bancos para redução de empregos

Crescimento dos ganhos e da participação no crédito mostram que não há razões também para as terceirizações e novas formas de contratação
Os bancos aumentaram os lucros e a participação nas operações de crédito. Números não justificam demissões, terceirizações  e novas formas de contratação Os bancos aumentaram os lucros e a participação nas operações de crédito. Números não justificam demissões, terceirizações e novas formas de contratação

Na mesa de negociação do Comando Nacional dos Bancários da última segunda-feira (27) com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) foram debatidos emprego, terceirizações e os impactos da tecnologia no trabalho do setor. Os bancos alegam que as mudanças nas formas de contratação com o aumento da presença de plataformas digitais ocorrem também em função do aumento da concorrência. No entanto, números oficiais derrubam a argumentação dos bancos. Entre 2013 e 2021, mesmo com o surgimento de novos concorrentes, os bancos não perderam participação de mercado, ao contrário, houve aumento de 86% para 87% na participação nas operações de crédito. As instituições não bancárias de crédito, como as fintechs, saíram de 0,7% para 0,9% de participação, ou seja, um aumento irrelevante. Mesmo as cooperativas com todo crescimento que tiveram saíram de 2% de participação no crédito para 6%.
A recessão econômica que afeta o país trazendo prejuízo para o setor produtivo, como indústria e comércio, e principalmente para o trabalhador, que perdeu poder de compra e muitos, o próprio emprego, com famílias inteiras vivendo privadas de necessidades básicas ou de bico, não passou nem perto do sistema financeiro. Nos últimos 10 anos, o lucro dos bancos cresceu 15% acima da inflação. Em 2021, os cinco maiores bancos do país (Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander) lucraram R$ 107,7 bilhões, 34,1% maior do que no ano anterior. No primeiro trimestre de 2022, o montante somou R$ 27,6 bilhões, 17,5% maior do que no mesmo período do ano passado.
“Não podemos aceitar que os bancos demitam e colaborem para o aumento da miséria no país, que já chega a 33 milhões de pessoas”, disse a presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Juvandia Moreira.

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