Domingo, 26 Junho 2022 13:30
PARTICIPAÇÃO POPULAR

Comitê de Lutas dos Bancários protesta contra a alta dos preços

No Rio, manifestação realizada no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, em São Cristóvão, inaugura atividades do movimento na categoria
Dirigentes sindicais bancários inauguraram as atividades do Comitê de Lutas da categoria, na Feira de São Cristóvão Dirigentes sindicais bancários inauguraram as atividades do Comitê de Lutas da categoria, na Feira de São Cristóvão Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Mobilizar a sociedade para aumentar a participação popular na política, pressionando governos e apresentando propostas para superação da crise, da fome e da desigualdade social e contribuir para a reconstrução do Brasil  e de um país justo e com igualdade de oportunidades. Este é o objetivo dos comitês de lutas espalhados pelo Brasil, com a participação de diversas categorias de trabalhadores.

Os bancários iniciaram, no último sábado (25), chamado de primeiro “Dia L de Luta”, uma mobilização nacional de seu Comitê de Lutas. No Rio de Janeiro, a atividade foi realizada no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, no Pavilhão de São Cristóvão.

De quem é a culpa?

A volta do Brasil ao Mapa da fome, os altos preços dos produtos nos supermercados, especialmente os alimentos, e dos combustíveis foram a tônica dos protestos, bem como a política genocida do governo Bolsonaro que resultou em mais de 670 mil mortes por covid-19. Na avaliação dos manifestantes, muitas delas poderiam ter sido evitadas se não fosse a campanha negacionista do governo e a demora na providência das vacinas.

Os dirigentes sindicais bancários distribuíram panfletos e dialogaram com a população na feira de São Cristóvão, arredores e sinais de trânsito. Em formato de encarte de supermercado e com o título “Tá caro? A culpa é do Bolsonaro”, o material impresso chamou a atenção da população que enfrenta uma triste realidade: ninguém aguenta mais a alta de preços e a perda de renda das famílias, além do desemprego, situação agravada nos últimos anos.  

Mudança de rumos

Carlos de Souza, diretor do Sindicato e secretário da CUT Rio (Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro), falou aos frequentadores da tradicional feira sobre a necessidade de mudança de rumos da política econômica e de governo nas eleições 2022.

“Temos que reverter este quadro nefasto que vivemos, onde o ódio prevalece sobre as relações de empatia e a preocupação com o próximo”, declarou.

Violência contra a  mulher

A presidenta da Federa RJ (Federação das Trabalhadoras e dos Trabalhadores no Ramo Financeiro) e  diretora do Sindicato Adriana Nalesso chamou a atenção para os números estatísticos referentes à fome.  

“O Brasil tem 33 milhões de pessoas em situação de fome e deste total, em apenas dois anos e meio do atual governo, mais 14 milhões de brasileiros e brasileiras foram lançados ao Mapa da Fome”, disse. A sindicalista destacou ainda o aumento da violência contra as mulheres.

Os números, de fato, refletem o ranço machista da sociedade brasileira. Para 71% das entrevistadas na pesquisa Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher 2021,  o Brasil é um país muito machista e 68% das brasileiras conhecem uma ou mais mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar, enquanto que 27% declaram já ter sofrido algum tipo de agressão por um homem.  

O local escolhido

O também diretor do Sindicato Alexandre Batista, coordenador do Comitê de Lutas dos Bancários, salientou que a escolha do início das atividades na Feira de Tradições Nordestinas, não foi por acaso.

“Foi uma homenagem a esse povo aguerrido, em geral antenado com as opções que atendem os anseios do povo. Os nordestinos são os mais atingidos pela fome e a miséria do país. Nas eleições de outubro teremos a oportunidade das nossas vidas e precisamos reverter essa situação”, destacou. Alexandre lembrou ainda que o Comitê de Lutas não foi criado para funcionar apenas nas eleições, mas será um movimento permanente de mobilização popular. 

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