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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Duas das maiores preocupações da categoria bancária, emprego e terceirização, serão os temas da negociação do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) nesta segunda-feira, 27 de junho, por meio virtual.
Os bancos têm reduzido drasticamente o número de agências, fechando unidades físicas, resultando na demissão de trabalhadores. Em um ano, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander fecharam 1.007 agências físicas. As instituições financeiras pressionam os bancários a empurrar os clientes para correspondentes bancários, como supermercados e lotéricas, ou para plataformas digitais. O que parece ser um meio de facilitar a vida dos usuários é na verdade uma forma que os banqueiros encontraram de reduzir custos e elevar ainda mais os lucros.
“O Bradesco, somente no município do Rio de Janeiro, já demitiu mais de 200 trabalhadores e os funcionários que continuam nas agências ficam sobrecarregados com a demanda crescente e ainda sofrem com metas desumanas que estão adoecendo os bancários. Vamos dar uma resposta a esta situação junto com a sociedade para defender os empregos da categoria e o direito do cliente ao atendimento presencial”, disse o diretor da Secretaria de Bancos Privados do Sindicato do Rio, Geraldo Ferraz.
Terceirização à espanhola
O banco espanhol Santander, além de dispensar trabalhadores, está intensificando o processo de terceirização em 2022. O grupo terceiriza a área de tecnologia, transferindo funcionários do setor para a F1RST, empresa do próprio conglomerado. Com a manobra, a instituição financeira está precarizando ainda mais as condições de trabalho dos empregados, que passam a não contar mais com os direitos e conquistas previstos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e nem com a representação sindical para negociar com a Fenaban.
“O que o Santander faz é reduzir custos extinguindo direitos de mais de dois mil bancários. O banco sequer leva em consideração que os trabalhadores brasileiros são os que garantem a maior parte do lucro global da holding e na Espanha, seu país de origem, eles estão indo na direção contrária, com a revogação da reforma trabalhista porque, como aqui, a desregulamentação da proteção social não gerou empregos e agravou ainda mais a crise econômica”, explicou o diretor do Sindicato, Marcos Vicente.
Rio sem o Mercantil
O Banco Mercantil do Brasil (BMB) fechou suas últimas agências físicas no estado do Rio de Janeiro. A decisão unilateral da direção do banco surpreendeu clientes, funcionários e o movimento sindical. "Foi uma decisão absurda do Mercantil, que após 50 anos atuando em nosso estado, decidiu sem sequer negociar com o sindicato, fechar as unidades e dispensar bancários", disse a diretora do Sindicato do Rio, Marlene Miranda, que também foi dispensada, lembrando que o Sindicato vai tentar uma mediação no Ministério Público do Trabalho para reverter as dispensas, que são consideras ilegais porque o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, no último dia 8 de junho, que "as demissões em massa precisam passar por negociações com as entidades sindicais".