Quarta, 22 Junho 2022 18:26
COMEÇAM AS NEGOCIAÇÕES

Bancários cobram que Fenaban atue contra ataques do governo à jornada e auxílio-creche/babá

Comando repudia projeto de Bolsonaro que cria trabalho de bancários aos finais de semana e outro que tira direitos das mães trabalhadoras
O Comando Nacional dos bancários cobrou apoio contra projetos do governo Bolsonaro que atacam direitos da categoria e demais trabalhadores e pediu a suspensão das demissões no BMB O Comando Nacional dos bancários cobrou apoio contra projetos do governo Bolsonaro que atacam direitos da categoria e demais trabalhadores e pediu a suspensão das demissões no BMB

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Os representantes do Comando Nacional dos Bancários cobraram na primeira mesa de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), realizada por meio virtual nesta quarta-feira (22), que os bancos dialoguem com a categoria e também atuem a fim de retirar da pauta o Projeto de Lei 1043/19, que permite abertura dos bancos nos finais de semana e em relação à Medida Provisória 1116/2022 do governo Bolsonaro, do Programa Emprega + Mulheres e Jovens”, que com a falsa justificativa de “defesa do emprego” introduz perdas significativas no Auxílio-Creche/Babá, pois “autoriza, mas não estabelece como direito, o pagamento do reembolso creche”. A proposta permite, inclusive, o acordo individual para a negociação do que já é uma conquista histórica garantida na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária e um direito do trabalhador.

“Vamos estar pressionando junto à Câmara dos Deputados e aos bancos para impedir estas mudanças que são prejudiciais aos trabalhadores, em especial às mulheres, que necessitam de uma babá ou de colocar os filhos na creche para trabalhar e também lutar para impedir o trabalho dos bancários nos finais de semana”, destacou José Ferreira.

Mobilização dos bancários

No próximo dia 28 de junho, às 10 horas, o deputado federal Ivan Valente (PSOL) vai realizar uma audiência pública para debater e tentar barrar o PL 1043/19, a fim de garantir a jornada de oitos horas diárias de segunda á sexta-feira com descanso remunerado nos finais de semana, outra conquista histórica garantida na Convenção Coletiva da categoria.

“Vamos realizar uma grande mobilização neste dia, incluindo um tuitaço para barrarmos mais estre ataque do governo Bolsonaro aos trabalhadores”, ressaltou Ferreira.   

Demissões no BMB

O Comando Nacional abriu as negociações com a Fenaban cobrando a suspensão imediata das demissões arbitrárias e irregulares dos funcionários do Mercantil do Brasil, em função da extinção das últimas agências físicas do banco no estado do Rio de Janeiro.

A presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) Juvandia Moreira abriu a negociação lembrando que a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria (CCT), única no país com abrangência nacional, completa em 2022, 30 anos e que é preciso preservar todas as suas conquistas. Em seguida, cobrou da Fenaban uma intermediação para a abertura de negociação com o BMB, lembrando que a decisão do banco foi desrespeitosa com os bancários. Lembrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, no último dia 8 de junho, que “demissões em massa precisam passar por negociação coletiva com os sindicatos”.

A Fenaban confirmou que vai mediar uma reunião com o BMB nesta sexta-feira (24), às 15h, em São Paulo. 

“Não estamos falando de números e sim de pessoas, além do fato de as entidades sindicais terem sido completamente ignoradas”, questionou Juvandia a respeito da postura ilegal cometida pelo Mercantil.

“Vamos pedir uma mediação do Ministério Público do Trabalho para impedir estas demissões arbitrárias e irregulares”, destacou o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira.

Retorno precipitado

O movimento sindical questionou também o retorno precipitado dos bancários às agências e cobrou protocolos mais rígidos de prevenção à covid-19, gripe e endemias. “Foi prematuro também liberar o uso de máscaras contrariando o que dizem os cientistas. É preciso ter atenção às condições de trabalho e aos protocolos. É importante que os bancos reforcem o uso das máscaras”, explicou Juvandia. A categoria quer ainda o acompanhamento dos trabalhadores que sofrem com algum tipo de sequela da covid.

Horas negativas

O representante da Fenaban prometeu incluir como prioritária a pauta de saúde preventiva para a próxima reunião dos bancos, que será realizada no próximo dia 30 de junho. O Comando Nacional reivindicou também o abono das horas negativas do período da pandemia.

A próxima negociação será na segunda-feira, 27 de junho, às 14 horas, para tratar de emprego e terceirizações, dois de alguns dos problemas que mais afligem a categoria.

 

Calendário de negociações

Emprego e Terceirização                                      27/06

Cláusulas sociais e Segurança Bancária             6/7      

Teletrabalho                                                          22/7

Igualdade de Oportunidades                               28/7

Saúde e Condições de Trabalho                           1/8

Cláusulas Econômicas                                           3/8

Continuação das negociações                              8, 11, 15, 18, 19, 20, 22, 23 e 24/8

 

 

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