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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT), jovem ativista negro, poderá ter seu mandato cassado ainda nesta quarta-feira, dia 22 de junho. Na primeira votação, o parlamento curitibano aprovou a cassação com 25 votos a favor, de um total de 34 vereadores.
Arquidiocese é contra cassação
O petista é acusado injustamente de quebra de decoro parlamentar por causa de um protesto pacífico contra o racismo realizado na Igreja Nossa Senhora do Rosário, na capital paranaense, em fevereiro de 2022. A própria arquidiocese de Curitiba chegou a apresentar ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, em março deste ano, um documento pedindo para que o vereador não fosse cassado.
“Áudios mostram que a causa da cassação é o racismo e o incômodo de parlamentares com um jovem negro, da periferia, que enfrenta o preconceito racial de um setor reacionário da elite branca paranaense. Não por acaso foi em Curitiba que o presidente Lula sofreu a perseguição, agora comprovada, do ex-juiz Sérgio Moro por preconceito de classe. O povo do Paraná não pode se fazer representar por estes parlamentares racistas”, protestou o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.
Protesto pacífico
O vereador petista passou a ser perseguido após comandar um protesto pacífico contra o racismo, no interior da Igreja do Rosário, no dia 5 de fevereiro de 2022. Os manifestantes pediam justiça para o assassinatos de dois negros no Brasil: Moïse Kabagambe, que cobrou atraso no pagamento de seus honorários, em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e morreu agredido violentamente e Durval Teófilo Filho, assassinado por um sargento da Marinha, que supostamente o confundiu com um criminoso, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.
“Não é por acaso que os dois casos motivos do protesto em Curitiba ocorreram no estado do Rio, onde as ações policiais mais matam jovens negros nas favelas e periferias. Já em muitas regiões do sul do país, infelizmente, temos um racismo histórico que ainda está impregnado em muitos setores da sociedade”, acrescentou Almir.