Terça, 21 Junho 2022 17:46

Até o presidente dos EUA reconhece a importância dos sindicatos para o desenvolvimento econômico

Biden diz que está orgulhoso de trabalhadores da Apple que votaram para entrar em sindicato. Enquanto isso, no Brasil, governo Bolsonaro ataca movimento sindical
Trabalhadores das grandes corporações dos EUA, como Amazon e Apple, se sindicalizam por melhores condições de vida e de trabalho Trabalhadores das grandes corporações dos EUA, como Amazon e Apple, se sindicalizam por melhores condições de vida e de trabalho Foto: Erik Mcgregor

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

No mundo capitalista mais desenvolvido, os governos reconhecem a importância dos sindicatos e até incentivam a sindicalização dos trabalhadores. Nos EUA, o presidente Joe Biden, afirmou estar “orgulhoso” de trabalhadores da Apple, em Maryland, que votaram no último sábado (18) para entrar em um sindicato. Os novos sindicalizados são os primeiros funcionários de varejo da gigante da tecnologia a se sindicalizar nos Estados Unidos.

Mais de 100 funcionários da cidade de Towson, perto de Baltimore, “votaram de maneira esmagadora para se juntarem à Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais”, divulgou o sindicato em nota publicada em seu site.

Movimentos de sindicalização estão ganhando embalo em algumas grandes corporações dos EUA, incluindo Amazon.com e Starbucks.

“É melhor para todo mundo, incluindo o produto final é melhor por causa dos sindicatos”, disse Biden que reverteu regras do ex-presidente Donald Trump que enfraqueciam as proteções trabalhistas.

Sindicatos e desenvolvimento

Os países mais prósperos e desenvolvidos do mundo, onde o trabalhador tem melhor renda e mais qualidade de vida e de trabalho, são justamente aqueles em que os sindicatos são mais fortes.

“É evidente que o sucesso das nações mais avançadas que alcançaram desenvolvimento econômico, pleno emprego, educação integral de qualidade, saúde pública para todos os cidadãos e domínio de avançadas tecnologias são também frutos de conquistas da luta coletiva dos trabalhadores e não concessões de empresas ou de governos. Somente a elite brasileira não quer enxergar isso, pois não abre da lógica escravista da casa grande e senzala em que o trabalhador, como dizia Darcy Ribeiro, é visto apenas como carvão para queimar e dar lucros aos patrões”, disse a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Kátia Branco.

O bom exemplo de justiça social e igualdade de oportunidades vem dos países nórdicos, como Noruega, Dinamarca e Suécia, que estão sempre disputando os maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) do mundo e são os países com maior índice de sindicalização entre os trabalhadores.

Brasil na contramão

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não quer nem ouvir falar em movimento sindical. No Dia do Trabalhador (1º de maio), em uma aparição online, em Uberaba, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou as centrais sindicais e seus antecessores no comando do país.

A Medida Provisória 1.045/2021 editada pelo atual governo e que permite a redução ou suspensão de salários e jornadas de trabalho é considerada uma nova reforma trabalhista que além de extinguir conquistas histórias visa enfraquecer os sindicatos, seguindo lógica do governo Bolsonaro de que o trabalhador “precisa perder direitos para ter emprego”. Como nas alterações das regras trabalhistas feitas por Temer, as medidas tomadas pelo atual ministro da Economia Paulo Guedes, não gerou empregos, a não ser do mercado informal em que o trabalhador se submete à condições desumanas, sem nenhuma proteção social, nem mesmo o direito à aposentadoria.

“Além de retirar direitos e não gerar empregos, as medidas de ‘flexibilização’, na verdade desregulamentação das leis trabalhistas, afastam os sindicatos das negociações coletivas e priorizam os acordos individuais para o capital acumular mais riqueza à custa do trabalho cada vez mais precário”, conclui Kátia.

 

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