EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Enquanto isso, Bolsonaro estoura gastos no cartão corporativo, aumenta verba para publicidade e não melhora orçamento de rede que faz a inscrição e atualização dos cadastros das famílias extremamente pobres
Publicado: 20 Junho, 2022 - 16h20 | Última modificação: 20 Junho, 2022 - 16h31
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Enquanto 765,5 mil famílias brasileiras em situação de extrema pobreza ou de pobreza estão na fila de espera para receber o Auxílio Brasil, benefício de cerca de R$ 400 por mês, com validade até o final do ano, o governo de Jair Bolsonaro (PL) aumentou os gastos com cartão corporativo e com publicidade oficial e ainda deu aval para o uso de até R$ 46,4 bilhões em recursos públicos para subsidiar combustíveis para os carros dos ricos e da classe média.
Fila de espera pelo auxílio
699,3 mil famílias estão tentando sobreviver à disparada da inflação e ao desemprego com renda mensal de até R$ 105 por pessoa.
65,2 mil famílias tentam sobreviver com renda mensal de R$ 105,01 a R$ 210 por pessoa.
Os dados são do Ministério da Cidadania e foram obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.
De acordo com o jornal, há ainda uma fila da fila, com 13 milhões de famílias que estão tentando atualizar os dados para ter direito ao benefício, criado para substituir o Bolsa Família, mas não conseguem porque têm de fazer isso na rede de Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), que precisa de mais recursos para atender mais depressa as demandas por atualizações cadastrais e novos registros.
Gastos com cartão corporativo disparam
Só o que aumenta neste governo são os gastos com cartões corporativos, usados nas viagens para eventos oficiais e motociatas e também para as despesas pessoais da família. O Portal da Transparência divulga os gastos mas ninguém sabe com o quê eles gastam tanto.
Entre 2019, quando assumiu o governo, e 2022, o governo Bolsonaro aumentou os gastos mensais de um dos cartões de R$ 736,6 mil, em média, para R$ 1,2 milhão.
No início deste mês, o país ficou sabendo que o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou uma auditoria sigilosa nos gastos do presidente e da primeira-dama Michelle Bolsonaro e constatou que a família gastou R$ 21 milhões nos cartões corporativos entre janeiro de 2019 e março de 2021.
Governo aumenta em 6 vezes verba para publicidade
Bolsonaro sancionou a lei nº 14.356/22, que muda as regras sobre limite de gastos do governo com propaganda em anos eleitorais. Segundo dados do Senado, a mudança vai permitir um aumento de R$ 25 milhões na verba para essas despesas ainda em 2022, ano de eleição.
O limite de gastos será de seis vezes a média mensal dos valores gastos nos últimos três anos.
Mais de R$ 46 bilhões para subsidiar combustíveis
A ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) para combater a alta dos combustíveis deve custar R$ 46,4 bilhões aos cofres da União, com a promessa de reduzir em R$ 1,65 o preço do litro da gasolina e R$ 0,76 o do diesel.
Os senadores aprovaram o PLP 18/2022 que institui teto de 17% para cobrança do ICMS pelos estados sobre os combustíveis, energia elétrica, serviços de telecomunicações e de transporte público. O objetivo, segundo o governo, é ajudar na redução do preço dos combustíveis.