Segunda, 20 Junho 2022 20:06
DESRESPEITO COMPLETO

Sindicato protesta contra fechamento de última agência do Mercantil no Rio e demissões

COE tenta diálogo com o banco, mas não tem resposta. Direção do Sindicato vai buscar mediação com o MPT para tentar reverter dispensas
O Sindicato protestou contra a decisão arbitrária da direção do Mercantil e dialogou com os funcionários na agência e numa reunião realizada via Zoom. José Ferreira e Marlene Miranda durante o protesto na agência do BMB O Sindicato protestou contra a decisão arbitrária da direção do Mercantil e dialogou com os funcionários na agência e numa reunião realizada via Zoom. José Ferreira e Marlene Miranda durante o protesto na agência do BMB

O Sindicato dos Bancários do Rio realizou na segunda-feira 20), um protesto contra o fechamento da última agência do Mercantil do Brasil no Município do Rio de Janeiro e mais duas no estado, não sobrando mais nenhuma unidade.
A decisão arbitrária e unilateral da direção do banco surpreendeu funcionários e clientes do banco.
“O Mercantil toma uma decisão irresponsável e arbitrária, demonstrando não ter nenhum compromisso social com seus clientes e os bancários, anunciando o encerramento das atividades no Rio de Janeiro, depois de mais de 50 anos de atuação no estado”, criticou a diretora do Sindicato, Marlene Miranda, que é representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
“Além de frustrar milhares de clientes, deixando-os sem atendimento bancário, o Mercantil ainda demitiu dezenas de funcionários, muitos deles com problemas de saúde e estabilidade provisória de emprego”, acrescenta Marlene, que tentou contato com o banco, mas não obteve resposta. O banco não poupou os dirigentes sindicais como Marlene, que também foram demitidos.

Denúncia ao MPT

O presidente do Sindicato do Rio José Ferreira criticou a postura arbitrária e injusta do Mercantil com os funcionários e disse que a entidade vai denunciar o caso ao Ministério Público do Trabalho para tentar uma mediação e reveter as dispensas.
“A decisão unilateral do banco surpreendeu aos funcionários e aos clientes e foi uma total falta de respeito para com os trabalhadores e usuários e à nossa entidade sindical. O banco, inclusive, contraria uma decisão do STF – Supremo Tribunal Federal – tomada no último dia 8 de junho, em que ‘as demissões em massa precisam passar por negociações coletivas com as categorias’. Vamos tentar uma mediação no Ministério Público do Trabalho para buscar a suspensão das demissões, que são irregulares”, disse.

A mentira do banco

O banco mentiu para a população e, segundo denúncias, teria anunciado que haveria apenas “mudança de endereço da filial Rio de Janeiro”, mas simplesmente fechou as portas da instituição no Rio.
A COE tentou contato com o RH do Banco Mercantil para tentar impedir as demissões irregulares e o remanejamento de todos os trabalhadores para unidades em outros estados, a fim de garantir os empregos dos bancários. Até o fechamento desta edição, a direção do banco não havia dado resposta às solicitações do movimento sindical.
A decisão causou ainda mais indignação pelo fato de o Mercantil ter tido um lucro de R$ 43,8 milhões no quarto trimestre deste ano, uma alta de 9,2% em relação ao mesmo período de 2021, não havendo nenhuma justificativa para as demissões.

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