Terça, 14 Junho 2022 21:04

Bancários do Rio aprovam CCT e acordos específicos definidos na 24ª Conferência Nacional

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Em assembleia virtual nesta terça-feira (14/6), no fim da tarde, a categoria bancária, no Rio de Janeiro, ratificou a minuta da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), aprovada na 24ª Conferência Nacional da categoria no último domingo. O documento com as reivindicações da Campanha Nacional deste ano será entregue nesta quarta-feira (15/6) pelo Comando Nacional dos Bancários (CNB) à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A CCT vale para funcionários de bancos privados e públicos e será negociada em mesa única. Assembleias com o mesmo objetivo foram realizadas em todo o país.

Foram ratificadas também as minutas dos acordos específicos do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e do Santander. O objetivo é manter e ampliar os direitos contidos tanto na CCT, quanto nos acordos. Também serão entregues as minutas do Bradesco, Itaú, entre outros, igualmente aprovadas na 24ª Conferência.

A Conferência também aprovou a decisão da categoria participar da campanha eleitoral deste ano para derrotar Bolsonaro e eleger Luiz Inácio Lula da Silva para reconstruir o Brasil, acabando com a miséria e a fome e garantindo a reversão das reformas e o fim do teto de gastos que impede o crescimento do país. Outra decisão é eleger uma bancada que apoie o novo governo e seu projeto de desenolvimento econômico e social.

A minuta de acordo da CEF será entregue logo após a proposta da CCT (sem data ainda definida) e a do BB, no dia 17. Em seus encontros nacionais, na semana passada, os funcionários dos demais bancos privados aprovaram pautas específicas a serem entregues após a CCT.

Início da Campanha

O presidente do Sindicato, José Ferreira, avaliou que, como acontece sempre, a campanha deste ano também será difícil, agora, principalmente devido ao momento de instabilidade no país e inflação alta.

“Mas avaliamos que com a participação e a mobilização de bancários e bancários vamos atingir nossos objetivos de garantir nossos direitos na CCT e acordos aditivos a ela. Mas temos uma segunda tarefa que é tirar Bolsonaro do governo, porque não adianta garantir direitos na CCT e depois perder outros com novas reformas. É preciso também parar com a privatização de importantes empresas públicas, como o BB e a CEF, e fazê-las, através do governo Lula, voltar a investir no desenvolvimento nacional, na distribuição de renda e na geração de empregos”, disse.

A vice-presidenta do Sindicato, Kátia Branco, falou da importância dos debates da 24ª Conferência que reuniu quase 1 mil representantes bancários de todos os estados. E classificou a eleição de Lula como fundamental para derrotar o fascismo do governo Bolsonaro e defender os direitos e a democracia.

Adriana Nalesso, presidenta da Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ), destacou que, apesar das dificuldades enfrentadas por toda a população, os bancos continuaram tendo lucros recordes, tendo, por isto mesmo, todas as condições de atender à pauta da categoria. A dirigente chamou a atenção para a necessidade de combater as metas abusivas que têm aumentando o número de adoecimentos e que isso passa pelo estabelecimento de metas coletivas.

Aumento real, PLR e vales

A plenária final da 24ª Conferência Nacional, aprovou o texto da minuta da CCT com 98% dos votos (a votação foi feita de modo virtual para que dela participassem os presentes e os que acompanharam à distância). O texto foi atualizado de acordo com propostas aprovadas nos encontros nos estados e levando em conta mudanças na legislação.

Outras cláusulas importantes foram votadas separadamente. Uma delas foi a do reajuste, que será a reposição das perdas causadas pela inflação, mais 5% de aumento real; fim das metas abusivas; aumento maior nos tíquetes alimentação e refeição; e manutenção da forma atual de cálculo da PLR. O reajuste maior que os dos salários para o VA e VR foi mostrado como prioridade pela consulta do Dieese feita na categoria.

Combate ao assédio

Uma prioridade desta campanha o combate ao assédio moral e às metas abusivas que têm gerado níveis altíssimos de adoecimento, sobretudo psíquico, levando a inúmeras doenças, como depressão, angústia, síndrome do pânico, e até mesmo ao suicídio no ambiente de trabalho.

Outro ponto importante também ligado à saúde será o acompanhamento e apoio dos bancos aos bancários e bancárias atingidos pela covid-19 e suas sequelas. Será negociada cláusula nova que torne obrigatório aos bancos dar sustentação ao tratamento destas pessoas.

 

 

 

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