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Fiocruz detecta subvariantes da ômicron mais transmissíveis. Quem já contraiu, ainda que recentemente, pode pegar de novo
Publicado: 14 Junho, 2022 - 09h58 | Última modificação: 14 Junho, 2022 - 11h07
Escrito por: Tiago Pereira, da RBA | Editado por: Marize Muniz
O número de casos de Covid-19 aumentou 73,8% e o de mortes 48% nos últimos 14 dias no Brasil. Em 7 dias, a média móvel de casos foi de 43.131, aumento de 38,8% comparado há uma semana e a de mortes foi para 163.
Nesta segunda-feira (13), em 24 horas, foram registrados 40.173 casos e 70 mortes em consequência de complicações causadas pela doença, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Desde o início da pandemia, o Brasil registrou 668.180 óbitos e quase 31,5 milhões de casos da doença, lembrando que os números conhecidos oficialmente estão abaixo da realidade.
Em São Paulo, com o crescimento de casos, a Prefeitura vai reabrir 50 novos leitos exclusivos para tratar pacientes com Covid-19 ou com síndrome respiratória aguda grave. Do total, 40 são de enfermaria e 10, em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Os casos de Covid-19 devem continuar aumentando no Brasil nas próximas semanas, segundo a médica sanitarista Karina Calife, que apela pela volta do uso de máscaras em locais fechados, além de manter a esquema vacinal atualizado.
“Tomem todas as doses de vacinas disponíveis. Porque isso é o que nos protege de doenças graves”, afirmou a especialista em entrevista ao programa Bom para Todos, da TVT. O reforço nos cuidados se dá em função do alastramento de subvariantes da ômicron que são ainda mais transmissíveis.
Nesta segunda-feira (13), a Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que a linhagem BA.1 vem sendo substituída pela linhagem BA.2. Além disso, Entre os meses de maio e junho, houve aumento na detecção das linhagens BA.4, BA.5 e BA.2.12.1, que têm características genômicas que podem levar a uma maior transmissibilidade viral.
Nesse sentido, a instituição também destacou 69 casos de reinfecção, 48 dos quais associados à reinfecção pela ômicron. Os pesquisadores confirmaram, ainda, sete casos de coinfecção pelos vírus Sars-CoV-2 (causador da covid-19) e influenza (vírus da gripe).
Mesmo quem teve a ômicron entre dezembro, janeiro e fevereiro pode se reinfectar agora”, alertou Karina sobre o risco que essas subvariantes representam. Além da reinfecção, elas também tem maior capacidade de burlar a proteção conferida pelas vacinas. Ela citou, por exemplo, casos de pacientes que se infectaram mesmo após tomarem quatro doses dos imunizantes.
“Mas é claro que essas pessoas (com a vacinação em dia) têm uma tendência a ter uma evolução muito melhor”, frisou. Atualmente, apenas 53,41 % dos brasileiros acima de 12 anos tomaram pelo menos uma dose de reforço.
Máscaras de alta proteção
Sobre o uso de máscaras, a médica sanitarista afirmou que o uso do dispositivo, especialmente em locais fechados, nem sequer deveria ter sido abandonado. “Não há base científica que justifique não usar máscara em ambiente fechado”, ressaltou. Assim, ela afirma que o ideal é substituir as máscaras de pano pelas de alta proteção – modelos PFF2/N95. “Tenho visto muito, por exemplo, nos elevadores, as pessoas entram, sem máscara, num espaço muito pequeno. E também nos transportes coletivos, em sala de aula. Isso não faz o menor sentido”, criticou.