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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Com a participação de 926 representantes de todos os estados, presencialmente e virtualmente, encerrou-se na tarde deste domingo, em São Paulo, após três dias de debates a 24ª Conferência Nacional dos Bancários. Suas principais decisões foram: aprovação da minuta de reivindicações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT); um plano de lutas que organize e mobilize a categoria em sua Campanha Nacional Unificada deste ano; bem como derrotar Bolsonaro e eleger Luiz Inácio Lula da Silva presidente, para reconstruir o Brasil.
O lema deste ano será #BoraGanharEsseJogo. Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários e Bancárias, classificou a conferência como um passo importante da Campanha, frisando que com participação e mobilização será vitoriosa. Lembrou que por garantir lucros recordes para os bancos, a categoria tem que ser valorizada com aumento real, PLR e reajuste maior nos tíquetes alimentação e refeição para fazer frente à disparada da inflação.
Acrescentou que vivemos no país um momento de grande dificuldade em função do governo Bolsonaro. Um governo fascista que ataca a democracia, defende a volta da ditadura, não se importa com a vida das pessoas, fez disparar os preços, aumentar a miséria, a fome, o desemprego para enriquecer ainda mais os ricos. “Por tudo isto, a Conferência aprovou que juntamente com a Campanha Nacional a categoria participe de um movimento nacional para derrotar Bolsonaro e eleger Lula, a liderança capaz de reconstruir o Brasil, fazer o país voltar a crescer e acabar com a miséria e a fome”, afirmou.
Para categoria eleição é prioridade
Também coordenadora do Comando Nacional e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva lembrou que na pesquisa do Dieese, que ouviu mais de 35 mil bancários e bancárias, entre abril e junho, a categoria colocou como prioridade, além das cláusulas da CCT, a necessidade de eleger o presidente da República e membros do Congresso Nacional que defendam os direitos dos trabalhadores e de toda a população. Mais de 84% classificaram este tema como muito importante e 12% como importante.
“A consulta nos mostrou que bancárias e bancários também estão preocupados com o que acontece no país e querem um Brasil mais justo, com equidade, sem preconceito e discriminação. Um país com emprego, mais investimentos em saúde e educação. Um país que valorize os trabalhadores e que, por isso, acham importante o debate sobre as eleições e a conjuntura sociopolítica e econômica do país”, afirmou Ivone. Frisou que Lula já mostrou que é o mais preparado para mudar o país e levar a esperança ao seu povo.
Kátia Branco, vice-presidenta do Sindicato, citou como dois grandes desafios deste ano a Campanha Nacional para garantir os direitos da CCT e dos acordos específicos e eleger Lula presidente. “É preciso um novo governo para acabar com a fome e nos devolver os direitos roubados por Bolsonaro. Eleger Lula é uma tarefa dos bancários, mas também de toda a sociedade”, disse.
Acordos específicos
A CCT será entregue na próxima quarta-feira (15/6) à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e negociada em uma mesa única com a participação do setor financeiro privado e público. Os congressos dos funcionários da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do Santander aprovaram minutas de acordo específicas a serem negociadas.
A da CEF será entregue logo após a proposta da CCT (sem data ainda definida) e a do BB, no dia 17. Em seus encontros nacionais, durante a semana, os funcionários dos demais bancos privados aprovaram pautas específicas a serem entregues também nesta semana.
Aumento real, PLR e vales
A plenária final da 24ª Conferência Nacional, aprovou o texto da minuta da CCT com 98% dos votos (a votação foi feita de modo virtual para que dela participassem os presentes e os que acompanharam à distância). O texto foi atualizado de acordo com propostas aprovadas nos encontros nos estados e levando em conta mudanças na legislação.
Outras cláusulas importantes foram votadas separadamente. Uma delas foi a do reajuste, que será a reposição das perdas causadas pela inflação, mais 5% de aumento real; fim das metas abusivas; aumento maior nos tíquetes alimentação e refeição; e manutenção da forma atual de cálculo da PLR. O reajuste maior que os dos salários para o VA e VR foi mostrado como prioridade pela consulta do Dieese feita na categoria. Segundo a economista Kátia Uehara, do Dieese, muito provavelmente em função da disparada dos preços que foi maior na cesta básica, principalmente nos alimentos.
Assédio e covid-19
O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, destacou que é consenso entre o Comando Nacional, a Contraf-CUT e as demais entidades sindicais de base que tem que ser prioridade nesta campanha o combate ao assédio moral e às metas abusivas. “Os banqueiros não podem continuar jogando este grave problema para baixo do tapete. As metas abusivas geram níveis altíssimos de adoecimento, sobretudo psíquico, levando a inúmeras doenças, como depressão, angústia, síndrome do pânico, e até mesmo ao suicídio no ambiente de trabalho. O fim desta situação, será levada como prioridade para as negociações”, adiantou. O problema do adoecimento por assédio foi considerado prioritário pelos bancários como mostrou a consulta do Dieese.
Outro ponto importante também ligado à saúde será o acompanhamento e apoio dos bancos aos bancários e bancárias atingidos pela covid-19 e suas sequelas. “Os bancos têm agido de forma desumana, tentando se livrar destes companheiros. Não vamos permitir. Queremos uma cláusula nova que torne obrigatório aos bancos dar sustentação ao tratamento destas pessoas”, disse Mauro.
Mobilização
O plano de lutas prevê que a Campanha já se inicie com atividades semanais, como panfletagens, visitas às agências e outras unidades, e protestos. Juvandia explicou que cada semana as atividades tratarão de um tema específico, da campanha e temas mais gerais. Adiantou que, ao mesmo tempo, será colocada em prática, também, uma campanha virtual, pelas redes sociais.
“Já comprovamos, na prática, que isso incomoda e pressiona bastante os bancos. Passamos a utilizar dessa ferramenta e nesta campanha é preciso que o maior número de bancários participe, tanto pelo Twiter, quanto pelo Instagram. Os que não puderem se identificar, podem colocar no nome de outra pessoa, ou abrir uma segunda conta”, orientou.