Sábado, 11 Junho 2022 18:17

Consulta do Dieese/Contraf mostra o que a categoria espera da Campanha deste ano

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Entre os dias 26 de abril e 3 de junho os sindicatos filiados à Contraf-CUT realizaram uma ampla consulta sobre a realidade da categoria bancária e o que ela considera que devam ser as prioridades da Campanha Nacional deste ano. O resultado da pesquisa, da qual participaram 35.500 bancários, foi apresentado neste sábado, segundo dia da 24ª Conferência Nacional dos Bancários, pela economista do Dieese, Kátia Uehara. Os dados serão apresentados à Fenaban durante as negociações.

“Os números levantados vão ajudar o movimento sindical a organizar a campanha e mostraram dados relevantes”, comentou Uehara, ao iniciar a apresentação do trabalho. A consulta mostrou que 92% dos pesquisados entende ser o mais importante o aumento real de salários; 61%, prioriza o reajuste dos vales alimentação e refeição, o que segundo a economista, reflete as dificuldades causadas pela disparada dos preços, sobretudo dos alimentos; 58% acham que o mais importante é a PLR; e 37% o PCCS.

Mostrou, ainda, que 70,3% consideram a luta contra a privatização uma prioridade muito importante; 16,3%, importante; e 5,2%, nada importante. Dos pesquisados, 72% disseram ser sindicalizados e 27% não. Mais de 50% trabalham mais de 30 horas semanais e 48,3% até 30 horas.

Participação na Campanha

A categoria apontou várias formas de participação na Campanha Nacional: 55,7% avaliaram ser fundamental conversar com os colegas; 51,8% disseram ser importante participar das assembleias; 41,7% apontaram como importante a deflagração de greve.

Alguns dados mostraram a confiança da categoria no movimento sindical. Para 94,8%, o financiamento da luta para manutenção e conquistas de direitos deve ser responsabilidade de todos os bancários, pois todos se beneficiam das conquistas. Para 91% a regulação do teletrabalho deve ser negociada através dos sindicatos e somente 9% entendem que deve ser feita de forma individual.

Eleições deste ano

A pesquisa também tocou na questão eleitoral deste ano. Mostrou que para 84,3% considera muito importante eleger candidatos à presidente e parlamentares comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Outros 12,2% classificam como importante.

Assédio e adoecimento

Entre as cláusulas sociais apontadas como as mais importantes para se lutar são a manutenção de direitos (71%), do emprego (45%) e igualdade de oportunidades (22%). Outro tema importante para a categoria é o combate aos efeitos do assédio moral e das metas sobre a saúde:77% disseram sofrer com cansaço e a fadiga constante; 54% com desmotivação, vontade de não ir trabalhar, medo de “estourar”; 51% sofrem dor ou formigamento nos ombros e nos braços ou mão 44% de crise de ansiedade.

A consulta mostrou outros efeitos desta pressão sistemática sobre o saúde: dificuldade para dormir (42%); crise de ansiedade (44%); crises constantes de dor de cabeça (26%), e dores de estômago e gastrite (26%). Outro dado preocupante é que mais de um terço (35,5% dos pesquisados usam antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes para se medicar.

 

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