EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Imprensa SeebRio
O próximo 5 de junho é o Dia Mundial do Meio-Ambiente. Mas não haverá o que comemorar. Fracassaram os esforços para impedir a aceleração do efeito estufa – causado pela poluição, pelas emissões de gases na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono.
Com Bolsonaro, o Brasil se destacou pelo lado negativo, obviamente, tendo sido mais do que relapso em proteger o meio-ambiente: colocou em prática uma política de incentivo à invasão de reservas indígenas e outras áreas de proteção ambiental, tendo como consequência um aumento recorde no número de queimadas e desmatamentos, sobretudo da Floresta Amazônica. E fez isto para defender a expansão ilegal dos negócios de seus principais aliados como o latifúndio, o agronegócio, as madeireiras e mineradoras.
Pária internacional
Por sua política de boicote aos acordos mundiais em defesa do meio-ambiente, Bolsonaro transformou o Brasil num pária internacional. Desde o início do mandato do atual presidente, o desflorestamento médio anual da Amazônia brasileira aumentou em mais de 75% em comparação com a década anterior.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os alertas de desmatamento na floresta atingiram novo recorde mensal em abril. Foram 1.013 quilômetros quadrados de floresta derrubados, o que representa um salto de 74,6% em relação ao mesmo mês do ano passado e o maior nível para abril desde 2016.
Para diretora da Secretaria de Meio-Ambiente do Sindicato, Cida Cruz, é muito preocupante a situação do Brasil. “Não tenho nenhuma dúvida que só mudaremos esta realidade com a saída do atual governo. Precisamos de uma gestão responsável com o povo e com a natureza”, afirmou.
Queimadas
Ambientalistas salientam que o Brasil tem enfrentado também um aumento dos incêndios florestais, além do desmatamento recorde desde que o presidente Jair Bolsonaro tomou posse, em janeiro de 2019. A Amazônia brasileira registrou 2.287 focos de incêndios florestais em maio, o maior número para o mês em 18 anos, informou nesta quarta-feira (1º/06) o Inpe.
Com o salto das queimadas em maio, o número de fontes de calor nos primeiros cinco meses de 2022 subiu para 4.971, o que significa um crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2021. "Estes números não são uma exceção, fazem parte de uma tendência de destruição ambiental nos últimos três anos, que é o resultado de uma política deliberada do governo", lamentou Mauricio Voivodic, diretor da filial brasileira do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Desmonte da fiscalização
Cida Cruz frisou que o Brasil vem sofrendo os desmandos e agressões de um governo que submeteu a nação e o meio ambiente a uma completa escuridão em termos de políticas públicas de proteção ao meio-ambiente. Acrescentou que tanto os índices do IPCC (Painel do Clima da ONU) quanto informações das instituições brasileiras dão conta de uma verdadeira política de desmonte dos instrumentos que impediam a sanha destruidora de empresários nacionais e internacionais em nosso bioma.
“Os indígenas e as populações vulneráveis são as que mais sofrem com essa triste situação. Só o debate político e a conscientização dos trabalhadores será capaz de mobilizar esforços coletivos em prol da exigência de políticas de Estado capazes de proteger nosso meio ambiente e a população brasileira gerando emprego e renda no processo de transição verde que estamos vivendo, o que não será possível com este governo”, disse.