Terça, 31 Mai 2022 20:54

Desemprego cai, mas Brasil ainda tem 11,3 milhões fora do mercado de trabalho

Apesar de redução para 10,5% no trimestre, índice ainda está bem acima da média no mundo (7,7%), e entre países emergentes (8,7%)
: O Brasil ainda tem um alto nível de desemprego, maior que a média mundial e até do que entre os países emergentes: 11,3 milhões de desempregados : O Brasil ainda tem um alto nível de desemprego, maior que a média mundial e até do que entre os países emergentes: 11,3 milhões de desempregados Rovena Rosa/Agência Brasil

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Brasil registrou uma queda no índice de desemprego, que caiu para 10,5% no trimestre de fevereiro a abril deste ano, o menor nível para esse período desde 2015, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve uma redução de 0,7 ponto percentual na taxa de desemprego em relação ao trimestre anterior (novembro de 2021 a janeiro de 2022: 11,2%) e de 4,3 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2021 (fevereiro a abril, 14,8%).

O país ainda sofre com um grande número de desempregados: 11,3 milhões e também com o mercado informal, que responde por 40% dos trabalhadores que não possuem direitos trabalhistas e proteção social, nem mesmo para a aposentadoria. A disparada da inflação do período (12,13%) também prejudica a vida dos brasileiros, com a perda do poder de compra das famílias. O mês de abril teve a maior alta em 26 anos.

Números ainda são ruins

O resultado é menor que as previsões de analistas, que antecipavam em média de 10,9% e o índice é ainda muito alto se comparado com a média mundial (7,7%) e até entre os países emergentes (8,7%).
A geração de empregos no país foi impulsionada pelos transportes, educação e outros serviços, como o setor de beleza.

A informalidade atinge 40% dos trabalhadores e a população também sofre com a disparada da inflação, de 12,13% em doze meses em abril.
Na tentativa de conter a alta dos preços, o Banco Central do Brasil (BCB) elevou novamente a taxa básica de juros neste mês, para 12,75%, seu maior nível desde fevereiro de 2017.

Calcanhar de aquiles de Bolsonaro

O agravamento da crise econômica é o ‘calcanhar de Aquiles” para o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Com a inflação descontrolada, especialmente nos preços dos combustíveis, gás de cozinha e alimentos e o aumento dos juros, a popularidade do atual governo está caindo e as intenções de votos, segundo os institutos de pesquisa, também. Para 54% dos brasileiros, a situação econômica tem "muita influência" na escolha do voto, segundo pesquisa recente do Instituto Data Folha.
A mesma pesquisa, realizada nos dias 25 e 26 de maio, aponta 48% das intenções de voto ao ex-presidente Lula (PT). Bolsonaro (PL) aparece com 27%. O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), tem 7%.

O deputado federal André Janones (Avante) e a senadora Simone Tebet (MDB) têm 2%. Os pré-candidatos Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU) ficam com 1%. Os demais não pontuaram.

Em um possível segundo turno, Lula superaria Bolsonaro por 25 pontos (58% a 33%), três pontos a mais que a pesquisa anterior. Ciro Gomes também venceria Bolsonaro num segundo turno: 52% a 36%.

 

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