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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) cobrou do Itaú, em negociação nesta sexta-feira (27/5), o fim do fechamento de agências que vem ocorrendo mesmo após um lucro de mais de R$ 7 bilhões no trimestre, um aumento de 45%. Os dirigentes bancários frisaram que esse processo tem culminado em demissões, sobrecarga de trabalho e, consequente, adoecimento para os que ficam. A COE também apontou o prejuízo aos clientes, que são submetidos a um atendimento cada vez mais precário.
Neste ano, foram extintas 211 agências, a maioria, 108, em São Paulo. “O número de fechamentos de agências informado por eles é assustador. Mas, nós acreditamos que a realidade é ainda pior e ela não se justifica, já que o lucro do banco em 2021 teve um salto de 45% em relação a 2020, segundo o próprio balanço do Itaú, o que lhe garantiu um lucro de R$ 26,9 bilhões. Está na hora de o banco ter responsabilidade social, com seus funcionários e com toda da população. Chega de demissões”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE.
“Na negociação o Itaú tentou negar o tempo todo que o fechamento esteja gerando demissões. Deixamos bem claro que não concordamos com essa alegação que, obviamente, não tem fundamento”, afirmou Izabel Menezes, diretora do Sindicato e membro da COE. “Repetimos que as demissões acontecem sim por conta do fechamento. O banco tenta mascarar este corte, deixando de demitir os funcionários no momento da desativação, espera passar uns meses para então impor as dispensas”, disse.
Acrescentou que, com as demissões, os bancários da agência que passou a acumular os serviços da que foi fechada, ficam ainda mais sobrecarregados, o que somado à cobrança de metas absurdas de vendas, acabam aumentando os casos de adoecimento. “O Itaú alega que realoca, mas, na verdade, não faz isto, e descarta as pessoas no momento em que os clientes se adaptam à precariedade do atendimento em função das demissões”, disse.
Horas negativas
Os representantes do Itaú apresentaram a situação atual do banco de horas negativas. As partes acertaram prorrogar o prazo por mais seis meses, com final até 28 de fevereiro de 2023, o limite para a compensação. O banco se comprometeu a voltar a negociar a situação de alguns trabalhadores, principalmente os de oito horas, que não conseguirem compensar.