Para ocupar o cargo de presidente da maior petroleira da América Latina e uma das maiores do mundo, a Petrobras, é preciso ter experiência de 10 anos no setor energético de petróleo e gás, de acordo com a Lei de Responsabilidade das Estatais. No entanto, mais uma vez, o governo de Jair Bolsonaro (PL), passa por cima de leis e regras para colocar em cargos estratégicos seus aliados políticos e os que rezam pela mesma cartilha neoliberal econômica.

O indicado pelo governo é o comunicador Caio Paes de Andrade, atual secretário de desburocratização do Ministério da Economia, sob o comando de Paulo Guedes, que quer a todo custo privatizar a estatal.

Embora tenha zero de experiência na área de petróleo, Paes de Andrade é amigo do filho do presidente da República, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e conquistou uma “boa avaliação” do governo pela implantação da plataforma GovBR, segundo os jornais da mídia tradicional.

Para Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Paes de Andrade é “mais um nome indicado em tempo recorde, para blindar Bolsonaro, mesmo sob suspeita de não cumprir requisitos impostos pela Lei de Responsabilidade das Estatais".

Caio Paes de Andrade tem formação em comunicação social pela Universidade Paulista (Unip), pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard e é mestre em administração de empresas pela Universidade Duke, nos Estados Unidos.

Ainda, de acordo com currículo publicado na pasta, Andrade já foi diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa pública de tecnologia de informação responsável, por exemplo, pela triagem dos cadastros do auxílio emergencial.

Ele também liderou mais de 20 processos de M&A (fusões e aquisições); é membro dos conselhos de administração da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da PPSA (Pré-Sal Petróleo). Andrade passou da iniciativa privada para a área pública em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL).

O nome de Caio Paes Andrade como indicado à presidência da Petrobras foi anunciada na segunda-feira (23), após a demissão de José Mauro Ferreira Coelho, que ocupava o posto há apenas 40 dias. Para assumir o novo cargo ele ainda precisa ser apresentado ao Conselho da Petrobras e aprovado em assembleia.