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Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Foto: Nando Neves
O sociólogo Clemente Ganz falou dos desafios da mobilização nos locais de trabalho e da organização dos trabalhadores para enfrentar os novos modelos de trabalho criados pelo capital, através das novas tecnologias, da terceirização e quarteirização.
"As bases sindicais precisam alcançar os trabalhadores dessas novas estruturas de trabalho que estão desprotegidos e sem representação sindical", disse.
A afirmação foi feita neste sábado (21), na 2ª Conferência Estadual RJ, realizada no Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes.
Estratégias da campanha
Ganz disse que essa fragmentação do setor financeiro revela as novas formas de negócios do capital e que é preciso “pensar de forma inteligente os novos modelos e estratégias de representação para enfrentar os sistemas patronais inovadores nas relações do trabalho e buscar dialogar com estes trabalhadores precarizados”.
"Precisamos de um acordo sindical neste processo de transição do capital que se renova e considero que a estratégia da campanha salarial precisa dar o passo em direção às outras bases de representação. Nessa linha a gente caminha para enfrentar essas mudanças e mobilizar os trabalhadores para estes desafios de superarmos esta estrutura e os marcos regulatórios, reposicionando as estratégias de luta e as negociações”, explicou, defendendo mudanças necessárias da legislação trabalhista.
Mobilização e a eleição
Clemente Ganz destacou a importância das eleições presidenciais e do parlamento brasileiro como fundamentais para o êxito da campanha salarial dos bancários.
“Estas mudanças só virão com a mobilização social para eleger um governo popular, mas teremos que mudar também o perfil do Congresso Nacional, com uma bancada mais robusta comprometida com esta agenda dos trabalhadores. A conjuntura é uma das mais adversas da história para a classe trabalhadora, mas temos vários exemplos de que, quando os trabalhadores se organizam e se mobilizam, conseguimos superar todos os desafios”, concluiu.