Sábado, 21 Mai 2022 11:40
DESAFIOS DA CAMPANHA

Presidenta da Contraf-CUT aponta relevância das eleições para a campanha salarial 2022

Juvandia Moreira destaca que questões como a volta do aumento real de salários, garantia de direitos e desafios de novas formas de trabalho têm relação com a escolha dos trabalhadores nas eleições deste ano
Juvandia Moreira  (no telão ao fundo, em participação virtual) disse que a campanha nacional dos bancários só terá êxito se a categoria e todos os trabalhadores elegerem um governo e parlamentares comprometidos com a agenda da classe trabalhadora Juvandia Moreira (no telão ao fundo, em participação virtual) disse que a campanha nacional dos bancários só terá êxito se a categoria e todos os trabalhadores elegerem um governo e parlamentares comprometidos com a agenda da classe trabalhadora Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Foto: Nando Neves

A presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) Juvandia Moreira abriu sua participação neste sábado (21), na Conferência Estadual dos Bancários e Bancárias RJ, no painel sobre a atual conjuntura econômica e política do Brasil e seus impactos sobre a categoria bancária, dizendo que "a luta estratégica mais relevante da campanha nacional deste ano são eleições 2022". 

"Estamos debatendo a fragmentação do setor no trabalho da categoria e prevemos que, se Bolsonaro vencer as eleições, ele vai tentar enfraquecer o movimento sindical e ampliar as negociações individuais, aprofundando a terceirização e a precarização", disse, citando como exemplo o banco Santander, que está contratando trabalhadores autônomos, sem nenhuma proteção trabalhista, para a sua plataforma digital, situação que dificulta a representação sindical 

A sindicalista disse que tem conversado com ex-presidente Lula sobre a importância do fortalecimento da negociação coletiva no Brasil e chamou a atenção para o risco de privatizações do projeto do atual governo, liderado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. 

"Bolsonaro está tentando dar um golpe, ele está prevendo uma derrota e por isso ataca o ministro do STF, Alexandre Moraes, que será o presidente do TSE durante as eleições e coloca em dúvidas as urnas eletrônicas", ressaltou, reafirmando a importância da defesa das instituições democráticas. 

Mobilização contra fake news

Juvandia destacou ainda a importância da criação das brigadas digitais pelo movimento sindical como instrumento para enfrentar as fake news. "A vacina contra o golpe é a mobilização popular para eleger Lula no primeiro turno. Temos que juntar as forças que defendem a democracia para impedir qualquer tentativa de golpe", explicou Juvandia.  

Retomar o aumento real

"Questões dos impactos do avanço tecnológico sobre o trabalho e terceirização ocorrem no mundo inteiro e não serão resolvidos em mesas de negociação, mas com a mudança de governo e a eleição de candidatos comprometidos com os trabalhadores", explicou. 

A sindicalista falou ainda do desafio da campanha nacional da categoria na questão remuneratória. "O custo de vida piorou muito, com a alta dos combustíveis, os  preços dos alimentos, a queda da renda média e a precarização do trabalho. que são questões que precisam ser enfrentadas. Mas tudo isso também está relacionado às eleições", acrescentou. Juvandia falou também do aumento da pressão e do assédio moral e a maior preocupação dos sindicatos com relação à saúde e à vida dos trabalhadores após a pandemia da covid-19. Destacou a importânca da recuperação da renda da categoria, lembrando que os brasileiros precisam apoiar e eleger um projeto nacional que devolva os ganhos reais dos trabalhadores. 

"Pesquisas mostram que entre os principais motivos da saída de bancários dos bancos é a busca por melhores salários e condições de trabalho", concluiu, apontando a necessidade de elevação da renda média da categoria e de todos trabalhadores e da volta da política de aumento real implementada durante o período do governo Lula como saídas para a crise em nosso país. 

 

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