EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Quem não se lembra dos arroubos bolsonaristas no período das eleições de 2018, com expressões do tipo “o Brasil vai virar uma Venezuela, uma Cuba”, referindo-se à possibilidade de um candidato de esquerda vencer as eleições?
Pois não é que a previsão, pelo menos no que se refere ao desenvolvimento econômico, se concretizou? Só que no governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro e seu “posto Ipiranga”, o ministro da economia e banqueiro, Paulo Guedes.
Pior da América Latina
Segundo previsões dos mercados, o Brasil deverá ter, este ano, o menor crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de toda a América Latina: 0,4%. Apesar das expectativas do governo, que aposta num índice de 1,1%, o mesmo previsto pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a equipe econômica de Paulo Guedes reduziu seu otimismo, pois previa crescimento de 2,5%.
Fato é que o Brasil, a maior economia da região, terá o menor crescimento de toda a América Latina, abaixo da Venezuela e até Cuba e Haiti. O índice da economia nacional deverá estar também abaixo da média global, que será de 3,2%, segundo o Banco Mundial.
O próximo presidente da República, seja quem for, terá muito trabalho pela frente para recuperar a economia do Brasil. A previsão dos mercados é de um “crescimento” de apenas 1% para 2023.
Inflação galopante
Uma das principais razões para o fiasco do desempenho econômico em três anos e quatro meses do governo Bolsonaro é a inflação, impulsionada pelos preços dos combustíveis e do gás de cozinha. A única medida feita pela atual gestão do país foi zerar o imposto sobre a importação do etanol, que não conseguiu segurar os preços nos postos de combustíveis. A medida vale até dezembro deste ano, ou seja, vai perdurar apenas até um mês após o segundo turno da eleição presidencial, o que revela uma tentativa fracassada de segurar a alta dos combustíveis e a inflação com o objetivo de reduzir a queda de popularidade de Bolsonaro.
Com o descontrole e explosão dos preços, inclusive de alimentos, pela 15ª vez seguida, o mercado eleva as previsões para a inflação em 2022, chegando agora a uma alta de 7,65%. Como a única medida da equipe econômica brasileira tem sido o aumento dos juros (Selic) pelo Banco Central, comandado pelo também banqueiro Roberto Campos Neto, a situação piora ainda mais, reduzindo o consumo, elevando o endividamento no cartão de crédito e aprofundando a recessão. A perda da renda média das famílias e do poder de compra do salário mínimo (este é o primeiro governo na história a deixar o mínimo menor do que quando assumiu o governo) são componentes da política econômica de Guedes que tornam o país proibido de crescer
“É inacreditável que uma das mais pujantes economias do mundo, como o Brasil, fique na lanterna do crescimento do PIB em 2022 em toda a América Latina, perdendo para nações muito mais pobres. Essa crise o brasileiro sente no bolso. Esperamos que o povo, que é quem mais sofre, mude esta situação derrotando Bolsonaro nestas eleições. Este governo é uma tragédia”, avalia o vice-presidente da Contraf –CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) Vinícius de Assumpção.