Segunda, 16 Mai 2022 20:26

Lei da abolição manteve o racismo e a exclusão da população negra

José Ferreira destacou a importância da luta contra o racismo. O diretor de Políticas Sociais do Sindicato, Robson Santos, disse que a agenda sobre o tema continuará sendo promovida pelo Sindicato José Ferreira destacou a importância da luta contra o racismo. O diretor de Políticas Sociais do Sindicato, Robson Santos, disse que a agenda sobre o tema continuará sendo promovida pelo Sindicato

A Lei Áurea acabou com a escravidão no Brasil, mas manteve o racismo e com ele a exclusão da população negra. Esta foi uma das conclusões a que chegaram as palestrantes que participaram da roda de conversa sobre o tema “13 de maio, uma reflexão necessária”, doutora em Ciências da Literatura pela UFRJ, Dani Balbi e a secretária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Monica Santos. O evento foi organizado pela Secretaria de Políticas Sociais do Sindicato e aconteceu no auditório da entidade com transmissão pelos canais virtuais.

Sem comemoração

Dani Balbi fez um retrospecto histórico do movimento de massas que lutou não apenas pela abolição da escravatura, mas por uma reforma no modo de produção da economia, com a inclusão dos negros, projeto derrotado pelo poder dos latifundiários, capitaneados pelos barões do café. Este grupo extremamente conservador e poderoso, que deu origem à classe dominante brasileira e a sua visão de superexploração até os dias de hoje, forçou a princesa Isabel Cristina de Bourbon e Bragança a retirar da lei que assinou, questões importantíssimas, como a reparação à população negra sequestrada da África e escravizada no país, a reforma agrária e a diversificação de culturas em substituição à monocultura.
“Por isto não temos o que comemorar. Em que pese a formalização legal do fim da escravidão, a data de 13 de maio e a lei áurea representam derrotas do povo e de dois grandes ativistas públicos negros, André Rebouças e José do Patrocínio, e a vitória do setor reacionário que, depois, implementa uma fachada republicana para garantir a propriedade privada, a hiperexploração e o retrocesso econômico de um país que sustenta privilégios na espada e no latifúndio”, afirmou Balbi.

Importância da eleição

Mônica Santos disse que para combater o racismo é necessário voltarmos a ter um ambiente democrático no Brasil, o que não é possível com o atual governo que marginaliza a maioria da população. “É fundamental eleger Lula presidente a fim de resgatar toda a relevância que seu governo e o de Dilma deram a esta questão, com políticas públicas como as cotas para negros e negras nas universidades e nos concursos públicos, por exemplo”, afirmou.
O diretor de Políticas Sociais Robson Santos disse que o Sindicato vai continuar com uma agenda de atividades contra o racismo.

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