Quarta, 11 Mai 2022 16:49
BRASIL QUE NÃO DÁ CERTO

Dados oficias do governo mostram redução do emprego bancário

Números do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram ainda que mulheres são as mais afetadas pelas demissões
Perda do emprego; um drama vivido por milhões de brasileiros. No setor bancário também houve, em março, redução de mão de obra Perda do emprego; um drama vivido por milhões de brasileiros. No setor bancário também houve, em março, redução de mão de obra

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

 

A política econômica do governo Bolsonaro tem agravado a recessão econômica, com explosão inflacionária, redução da renda média e desemprego e é o trabalhador a maior vítima da crise. No mercado de trabalho bancário não é diferente e ainda há a política dos bancos de fechar agências físicas e reduzir a mão de obra para elevar ainda mais os lucros.

O setor bancário apresentou, no mês de março, queda no emprego formal de 212 postos de trabalho (2.892 admissões e 3.103 desligamentos). Nos últimos 12 meses, o saldo ainda é positivo, em 11,7 mil postos.

“Na verdade, o saldo positivo é fruto da contratação de profissionais sem nenhum direito  previsto na Convenção Coletiva de Trabalho”, explica o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira. A recente convocação de aprovados no concurso de 2014, pela Caixa Econômica Federal também fez elevar o saldo positivo no emprego do setor. “É bom lembrar que esta contratação de novos concursados foi fruto de uma ação judicial e pela pressão da categoria”, acrescenta Ferreira.

Durante o período da pandemia do novo coronavírus - de março de 2020 a março de 2022 - foram fechados cerca de 2 mil postos de trabalho nos bancos. Já nos últimos 12 meses, foram 47.978 admissões (12,6% da Caixa) e 36.240 demissões. Os dados são do próprio governo federal, através do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência

Mulheres mais afetadas

Mais uma vez, os números do mercado de trabalho bancário revelam a discriminação contra as mulheres. Em março, o saldo de emprego bancário entre os homens foi positivo em 96 postos. Já entre as mulheres ficou negativo em 308 vagas.

“Os bancos, como todo o mercado de trabalho em nosso país continua a discriminar as mulheres que são as mais prejudicadas com o desemprego, renda inferior à dos homens e com as crises econômicas como a que vivemos neste governo”, afirma a vice-presidenta do Sindicato Kátia Branco.

Em relação às faixas etárias, houve ampliação apenas na faixa de 18 a 29 anos, com 447 vagas. Para as demais idades, foram fechados 659 postos. O salário mensal médio de um bancário admitido em março foi de R$ 5.558,55, enquanto o do desligado era de R$ 6.414,92, ou seja, nas novas contratações a remuneração representou 86,7% dos salários de quem foi demitido. 

Mais contratações no ramo financeiro só excluindo a categoria bancária. Em relação à outros profissionais do setor houve mais contratações que demissões em todos os últimos 12 meses, com a geração de 47,6 mil postos. Em março, foram abertas 3.402 novas vagas, 12,4% a mais que fevereiro.
As contratações têm sido feitas em crédito cooperativo (860 vagas), holdings de instituições não financeiras (813) e corretores e agentes de seguros, de previdência complementar e de saúde (480).

Confira no link a análise mais detalhada no estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção Contraf-CUT.

 

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