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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Em mais uma participação da categoria bancária no Fórum Social Mundial 2022, realizada na Cidade do México e também via digital, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) apresentou uma oficina sobre a importância dos bancos públicos.
Fernando Amorim Teixeira, técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), disse que a existência de instituições financeiras públicas é fundamental para o desenvolvimento econômico. “São instituições necessárias para as políticas públicas e o financiamento de projetos de desenvolvimento. O crédito ofertado pelos bancos públicos muito contribui para reduzir desigualdades regionais. Um plano de desenvolvimento eficaz deve reunir instituições capazes de apoiar as políticas públicas de desenvolvimento”, avaliou, lembrando que o Brasil não pode abrir mão dos bancos públicos, criticando o governo Bolsonaro que “desorganiza a administração pública, entregando os principais ativos a preços vis, sob a falsa promessa de que os capitais privados liderarão um novo processo de investimentos e desenvolvimento tecnológico, econômico e social”.
“Essa promessa nunca se efetivou em qualquer momento da história brasileira e não há nenhuma razão para se acreditar que agora se concretizará”, acrescentou.
Interesses privados
Rita Serrano, representante eleita dos empregados no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, disse que os bancos privados não cumprem seu papel enquanto concessão pública no desenvolvimento de melhorias da população. “Não só não cumpre, como tentam abocanhar e controlar o estado brasileiro”. Lembrou ainda do papel da Caixa Econômica Federal no pagamento do auxílio emergencial e programas sociais durante a pandemia da covid-19.
Desmonte
Arthur Koblitz, presidente da Associação dos Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (AFBNDES) e membro titular do Conselho de Administração do BNDES disse que o fato de os bancos públicos terem permanecidos vivos em meio a tantos ataques é uma vitória da classe trabalhadora. “Tirar o BNDES da constituição foi uma das agendas prioritárias do governo desde 2016 e eles têm sido bem-sucedidos. Nossa luta é retardar esse desmonte e denunciar o que está acontecendo”, afirmou.
Débora Cristina Fonseca, funcionária do Banco do Brasil e representante eleita para o Conselho de Administração, o Caref, destacou que “ninguém impede um banco privado de fazer financiamento.Eles não fazem por não existir nenhum tipo de regulamentação que os obrigue.
“Para os bancos privados, se não rende, então optam por não fazer. Em contrapartida, os setores que mais recebem crédito dos bancos públicos, como habitação e agricultura, são responsáveis pela maioria dos empregos no Brasil. Isso é reponsabilidade social”, acrescentou.