Quinta, 05 Mai 2022 16:21
FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Bancários debatem combate à violência de gênero no FSM

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Informações da Contraf-CUT

 

Na segunda das três oficinas que a Contraf-CUT  organizou para a programação do Fórum Social Mundial, na quarta-feira (4), o tema foi a atuação do movimento sindical no combate à violência de gênero.

“Não é só desigualdade de gênero, mas sim violência de gênero. A escolha deste tema para o fórum foi feita pelos próprios sindicatos de todo o Brasil, por notarem como este é um problema muito frequente nos ambientes de trabalho. Por isso, precisamos educar os trabalhadores, debater constantemente o assunto para todos conhecerem a importância dele”, explicou a presidenta da Contraf, Juvandia Moreira.
A secretária da Mulher da Contraf-CUT, fernanda Lopes, lembrou que o problema da violência de gênero é algo que ocorre no mundo todo, mas são poucos os países em que o movimento sindical ajuda na busca de soluções.

“Só com organização social e sindical, como na Espanha e no Brasil, a gente ajuda a minimizar essa violência, dando apoio e acolhimento”, disse, lembrando que no Brasil atualmente, o governo Bolsonaro não cria políticas contra a violência de gênero e contra a discriminação.

Maricarmen Donate, secretária Internacional da União Geral de Trabalhadores (UGT) da Espanha, e Sofia Trinidad Espinoza Ortiz, presidenta da União Nacional dos Empregados Bancários da Colômbia confrimaram que a desigualdade entre homens e mulheres ocorre também em seus países, como na maior parte do mundo.

Decretos na Espanha

Maricarmen  disse que, em outubro de 2020, foram aprovados na Espanha dois decretos que buscam regulamentar a igualdade salarial entre homens e mulheres e que a igualdade de gênero “é uma questão de justiça social, fundamental para o crescimento e estabilidade econômica de um país”, confirmando a importância de o povo eleger governos democráticos compromissados com as causas das mulheres. As normativas exigem que as empresas adaptem seu registro salarial para corrigir as desigualdades e façam uma auditoria de remuneração. Assim, o governo cobra que as empresas elaborem um plano de ação para corrigir as diferenças e preveni-las no futuro através de negociações coletivas.

“O movimento sindical foi fundamental na implementação do plano de igualdade, com a coleta de informações, e o plano também foi importante para o movimento sindical, já que todas empresas precisaram se adaptar e tiveram que procurar os sindicatos, mesmo as que sempre evitaram qualquer tipo de relacionamento com o movimento”, explicou. “Tudo isso só foi possível, porque nosso governo é um governo de esquerda, senão nada disso teria acontecido”, completou.

Dificuldades na Colômbia

Sofia relatou que a Colômbia está muito atrasada em relação a Espanha, mas acredita que seus país vive um momento de grande expectativa de mudança pela política. “Nós queremos, pela primeira vez na história do nosso país, ter um presidente progressista, um presidente que represente as classes menos favorecidas. Aqui sempre tivemos governo de direita ou de ultradireita”, disse.

Em março, os colombianos foram às urnas para eleger a nova composição do Congresso, o que mostrou um crescimento histórico da esquerda no país.

Nas eleições presidenciais, que acontecem em 29 de maio, o candidato do bloco de esquerda “Pacto Histórico”, o senador e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, é o favorito, tendo como vice, Francia Márquez, uma mulher negra e feminista que vem das lutas sociais.

Sofia explicou que hoje a Colômbia tem a maior representação de mulheres no Senado da história: metade delas foi eleita ela primeira vez.

“Temos um programa construído pelas mulheres, escrito pelas mulheres, por isso nós queremos que Gustavo seja eleito, para termos um governo que respeite Os nossos direitos”, afirmou, defendendo que todos os movimentos sindicais e sociais do mundo apoiem a luta pela proteção e emancipação das mulheres. “Vamos mudar a Colômbia graças ao Brasil que mostrou, com o Lula, que é possível tirar um país da miséria e diminuir as desigualdades. Por isso, é importante que o Brasil reeleja Lula, para entrar novamente no rumo do desenvolvimento social e econômico”, opinou.

Projeto Basta!

A oficina apresentou o projeto “Basta! Não Irão Nos Calar!”, desenvolvido pela Contraf-CUT para apoiar a implantação de serviços e atendimento de mulheres em situação de violência doméstica e familiar nas federações e nos sindicatos da categoria bancária. Juntas, as entidades que criaram os canais já atenderam 280 mulheres. A vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Kátia Branco falou da criação do canal de ajuda às bancárias vítimas de violência doméstica, com prestação de assessoria jurídica.

“É importante que todos e todas participem dessa campanha para garantir a igualdade de oportunidades e proteger a vida e a integridade das mulheres”, afirma.

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